Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/03/2018
Foguete afeta ionosfera
Um foguete lançado em 2017 pela empresa privada SpaceX perfurou um enorme fosso na atmosfera superior da Terra, que pode ter interrompido temporariamente os sinais do Sistema de Posicionamento Global (GPS).
A descoberta foi feita por Min-Yang Chou e seus colegas da Universidade Nacional Cheng Kung, em Taiwan.
O foguete Falcon 9 foi lançado para colocar em órbita um satélite de comunicações de Taiwan, chamado Formosat-5, que estava sendo monitorado pela equipe.
O lançamento gerou as primeiras ondas de choque acústicas circulares feitas por um foguete que se tem notícia, afetando a ionosfera, uma camada da atmosfera compostas por elétrons e íons livres.
"Para facilitar o lançamento do Formosat-5 até sua altitude de órbita operacional, de mais ou menos 720 km, o Falcon 9 fez uma ascensão inicial íngreme. Durante o lançamento, o foguete supersônico induziu ondas acústicas de choque circulares gigantescas no conteúdo total de elétrons (TEC) sobre o oeste dos Estados Unidos, começando aproximadamente 5 minutos após o lançamento," escreveu a equipe.
Normalmente os foguetes sobem seguindo uma trajetória menos íngreme, mais inclinada, o que resulta na formação de ondas de choque em formato de V, que não resultam em maiores impactos à ionosfera.
A "explosão" de ondas acústicas circulares gerou um buraco de 900 km de diâmetro no plasma ionosférico.
Isso é suficiente para interferir com os sinais de GPS, que viajam através da ionosfera para a Terra. Mas os pesquisadores afirmam que não estavam preparados para medir essa inesperada influência sobre o GPS, de forma que não podem garantir que o efeito tenha acontecido de fato.
A expectativa é que esse efeito até agora desconhecido do lançamento de foguetes influencie a programação de novos lançamentos fora do padrão, como o do Formosat-5.