Novo processo químico poderá revolucionar indústria de medicamentos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/12/2006

Uma pesquisadora holandesa criou um novo método de fabricação de produtos químicos que poderá revolucionar todo este setor industrial, especialmente a indústria de fármacos e medicamentos. Maaike Kroon demonstra o funcionamento de seu novo método em sua tese de doutoramento.

O novo método junta os processos de reação e separação, não produzindo rejeitos químicos e utilizando muito menos energia. Ela comprovou o funcionamento de seu processo reproduzindo o processo de fabricação de um fármaco utilizado no tratamento do Mal de Parkinson.

Além de não produzir lixo químico e nem utilizar solventes danosos à saúde e ao meio-ambiente, o novo processo consumiu 75% menos energia do que o processo de fabricação hoje utilizado. Mas não é só isso: o fármaco resultante é extremamente puro e é produzido muito mais rapidamente. O resultado é um custo de produção menor em várias ordens de magnitude.

O método combina reação com líquidos iônicos e separação com dióxido de carbono supercrítico. Os compostos químicos que entram na composição do medicamento são dissolvidos no líquido iônico, que então recebe uma injeção de dióxido de carbono sob alta pressão. É esta alta pressão que leva o CO₂ ao chamado estado supercrítico - uma fase na qual ele apresenta as propriedades tanto de gás quanto de líquido.

Todo o conjunto passa a se apresentar em uma fase homogênea, fazendo com que as reações se sucedam de forma muito mais rápida. Além disso, todos os reagentes são consumidos, sem deixar resíduos.

Terminada a reação, a pressão do sistema é baixada, iniciando o processo de separação: O CO₂ e o material produzido evaporam e são coletados em uma bolha de gás acima do líquido. O líquido iônico e o catalisador permanecem no estado líquido, pronto para serem reutilizados em outro ciclo.

O processo foi patenteado pela Universidade de Delft, onde Maaike fez seu doutoramento e deverá ser licenciado para a indústria.