Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/02/2006
Cientistas do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey, Estados Unidos, desenvolveram um novo método de dessalinização da água que, além de eficiente, pode funcionar utilizando calor normalmente desperdiçado em outros processos industriais.
Os pesquisadores, coordenados pelo Dr. Kamalesh Sirkar, criaram uma membrana com poros ultrafinos, que permite a passagem da água, mas retém o sal dissolvido. "Os princípios básicos da separação por membrana são conhecidos há muito tempo," diz Sirkar. "Os intestinos dos animais e dos humanos são membranas semi-permeáveis. As primeiras experiências para estudar o processo de separação por membranas foram feitas por químicos, utilizando membranas animais."
O processo é realmente simples: aproveitando calor desperdiçado em outros processos industriais, ou mesmo a luz do sol concentrada, a água salgada é aquecida até evaporar. O vapor passa através dos nanoporos da membrana, condensando-se como água pura no outro lado, deixando o sal para trás. O que não foi assim tão simples, exigindo todo o trabalho dos cientistas, foi justamente a construção da membrana.
"Nosso processo funciona bem com salmouras contendo concentrações de sal acima de 5,5 por cento," diz o cientista. Esta é a maior porcentagem de sal que pode ser separada utilizando-se os processos atuais, de osmose reversa.
O processo de separação por membranas é totalmente dependente da forma de construção dessas membranas. O tamanho dos poros normalmente é a chave do funcionamento desse material, determinando quais componentes moleculares - sejam sólidos ou líquidos - irão passar através da membrana.
Tipicamente, as moléculas fluem de uma região de alta concentração para outra, de baixa concentração. O processo de separação pode se dar tanto por essa diferença de concentração, quanto pela aplicação de pressão.
Quanto menor o tamanho dos poros, maiores serão a seletividade e a eficiência da membrana. Esse processo de separação já é largamente utilizado na biomedicina, biotecnologia, indústria química, de alimentos e até no tratamento de esgotos.