Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/09/2023
Filtro para capturar microplásticos
Mais uma vez, a própria natureza pode ter a solução para as agressões feitas pelo ser humanos ao meio ambiente.
Yu Wang e colegas da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, acreditam que as plantas são a resposta à poluição por microplásticos, pequenos pedaços de plásticos que podem ser resultado da degradação de peças maiores e permanecerem no ambiente.
Wang descobriu que adicionar taninos - compostos naturais de plantas que fazem sua boca "apertar" se você morder uma fruta verde - a uma camada de pó de madeira cria um filtro que retém praticamente todas as partículas microplásticas presentes na água.
Embora a demonstração ainda esteja em escala de laboratório, a equipe está convencida de que a solução pode ser ampliada de forma fácil e econômica assim que encontrarem o parceiro industrial certo.
"A maioria das soluções propostas até agora são caras ou difíceis de ampliar. Estamos propondo uma solução que poderia ser potencialmente reduzida para uso doméstico ou ampliada para sistemas de tratamento municipais. Nosso filtro, ao contrário dos filtros de plástico, não contribui para mais poluição, já que ele utiliza materiais renováveis e biodegradáveis: Ácidos tânicos de plantas, cascas, madeira e folhas, e serragem de madeira - um subproduto florestal amplamente disponível e renovável," disse o professor Orlando Rojas, coordenador da equipe.
Esta é mais uma demonstração de uma tendência em pesquisas mais recentes que mostram que a madeira pode ser um caminho para uma vida ambientalmente amigável.
Todos os tipos de microplásticos
A equipe analisou micropartículas liberadas de saquinhos de chá populares feitos de polipropileno. Sua técnica, que eles batizaram de bioCap (biocaptura de plásticos) capturou de 95,2% a 99,9% das partículas de plástico em uma coluna de água, dependendo do tipo de plástico.
Partindo para os seres vivos, a equipe também testou o método em modelos de camundongos, mostrando que ele evita o acúmulo de microplásticos nos órgãos.
Outro destaque está na versatilidade da técnica, que captura partículas plásticas de uma ampla gama de dimensões e tipos de polímeros. "Existem microfibras de roupas, microesferas de produtos de limpeza e sabonetes, e espumas e pellets de utensílios, recipientes e embalagens. Aproveitando as diferentes interações moleculares em torno dos ácidos tânicos, nossa solução bioCap foi capaz de remover praticamente todos esses diferentes tipos de microplásticos," disse Rojas.
O próximo passo é encontrar o parceiro certo na indústria para que a técnica possa sair da escala de laboratório rumo às aplicações do mundo real.