Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/12/2006
Em setembro último, cientistas demonstraram que vórtices magnéticos tridimensionais poderiam ser utilizados para criar discos rígidos com capacidade de armazenamento na faixa dos terabits por polegada quadrada - centenas de vezes mais dados por área do que é possível se armazenar com os HDs de hoje.
Agora, cientistas do Instituto Max Planck, Alemanha, descobriram uma nova forma de alterar a polarização do núcleo desses vórtices magnéticos, criando uma técnica que poderá viabilizar a utilização prática dessas minúsculas estruturas magnéticas como bits para armazenamento de dados.
Os vórtices magnéticos são extremamente estáveis, o que é excelente para o armazenamento de dados. Mas isso traz um problema: para gravar neles, ou seja, fazer com que cada vórtice altere seu estado de "0" para "1" e vice-versa, era necessário uma grande quantidade de energia, na forma de um magneto muito poderoso.
O que os cientistas alemães descobriram foi como fazer com que as minúsculas "agulhas magnéticas" no interior do vórtices mudem de estado com uma quantidade de energia mínima e sem perdas.
O mecanismo foi batizado de reversão dinâmica do núcleo do vórtice. Um pulso de energia é utilizado para construir um campo magnético a determinados ângulos do vórtice, de forma que toda a estrutura seja forçada a executar um movimento conjunto de alteração de spin. Isso cria uma magnetização oposta na borda do vórtice original, virtualmente sem utilização de energia. O resultado é um par vórtice-antivórtice. O antivórtice cancela o vórtice original, restando apenas um vórtice com a polarização reversa.
O método utiliza 300 vezes menos energia do que era necessário até agora. Mas as pesquisas deverão continuar e avançar até que seja possível utilizar os campos magnéticos bem mais fracos presentes no discos rígidos atuais.