Com informações da UNESP e Agência Fapesp - 13/02/2012
Wikipédia de nível superior
A Unesp (Universidade Estadual Paulista) tornou-se a primeira instituição brasileira a cooperar com a Wikipédia, já seguida pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
A Universidade de São Paulo (USP) planeja se juntar ao programa neste ano.
Mais de 50 universidades nos Estados Unidos participam do projeto. Entre elas a Universidade da Califórnia em Berkeley, a Universidade de Colúmbia e a Universidade Yale.
No Canadá, oito instituições mantêm diferentes programas de cooperação com a Wikipédia. A Índia se destaca com três universidades participantes e cerca de 30 embaixadores, como são chamados os líderes de um projeto específico, que cuidam para que o trabalho seja executado no ritmo e padrão de qualidade necessários.
História da Cultura
Na Unesp, alunos de graduação em biblioteconomia e arquivologia escreveram ou reescreveram a definição de 11 verbetes - o projeto continua, estando prevista a colaboração em 25 verbetes.
O projeto definiu que serão melhorados verbetes relacionados à História da Cultura que continham informações incorretas ou incompletas, ou simplesmente não existiam na Wikipédia.
O trabalho dos estudantes é parte de um projeto intitulado Wikimedia Education Program.
Por meio dele, instituições de ensino superior ajudam o site a melhorar seu conteúdo, vinculando a tarefa ao currículo da graduação.
Voluntariado e nativos digitais
Segundo a professora Maria José Jorente, uma dificuldade para expandir a iniciativa é que a tarefa tem que ser feita de forma totalmente voluntária.
"Essa questão do voluntariado não está tão bem trabalhada no país, ainda mais quando se trata de trabalhos estafantes, que exigem muito tempo e esforço intelectual," diz ela.
Outro desafio apontado pela professora é a falta de noções técnicas de internet.
"O modelo proposto pela Wikimedia pressupõe um conhecimento de nativos digitais, o que é adequado aos EUA e à Europa, mas ainda não é uma realidade consolidada no Brasil".
Em relação aos "nativos digitais", ela explica que, embora os jovens brasileiros, sejam usuários da web, poucos entendem a linguagem de programação das diferentes plataformas digitais.