Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/07/2012
Chamando a atenção
Cientistas do colisor Tevatron, dos Estados Unidos, anunciaram resultados que indicam "a mais forte indicação encontrada até hoje da existência da longamente sonhada partícula de Higgs".
É bom salientar que o anúncio não foi feito pelo CERN, que dirige o LHC, que é outro laboratório, localizado na Europa.
Na verdade, o anúncio da equipe norte-americana soou como um pouco simpático oportunismo, uma vez que o CERN agendou para esta quarta-feira o anúncio dos seus últimos resultados referentes à busca pelo bóson de Higgs.
O laboratório Tevatron foi desativado no ano passado, mas ainda há montanhas de bytes nos computadores do laboratório para serem analisados e reanalisados.
As análises agora divulgada contemplam 500 trilhões de colisões produzidas pelo Tevatron desde 2001.
"Nossos dados apontam fortemente para a existência do bóson de Higgs, mas será necessário olhar os resultados dos experimentos do LHC na Europa para estabelecer uma descoberta," disse Rob Roser, membro do experimento CDF (Collider Detector at Fermilab).
A análise contou também com a participação da colaboração DZero.
Sigma 2,9
Os resultados do Tevatron apontam para um sigma 2,9, em uma escala de 5, a precisão necessária para definir que o bóson de Higgs foi realmente encontrado.
Os dados também asseguram que, se a Partícula de Deus realmente existir, ela deve ter uma massa entre 115 e 135 GeV/c2, o que é compatível com os 125 GeV anunciados pelo LHC em Dezembro passado.
A partícula de Higgs, ou bóson de Higgs, deve seu nome ao físico escocês Peter Higgs, um dos teóricos que ajudaram a desenvolver, nos anos 1960, o modelo teórico que explica porque algumas partículas têm massa e outras não.
Como este seria um primeiro passo rumo ao entendimento da origem da massa, os físicos gostam de chamar o bóson de Higgs de "Partícula de Deus".
Tanto o Tevatron quanto o LHC têm a busca pela partícula como um dos seus principais objetivos.
Os sigmas da física
A física das partículas tem uma definição para uma "descoberta": um nível de certeza de cinco sigmas.
O número de desvios-padrão, ou sigmas, é uma medida de quão improvável é que um resultado experimental deva-se simplesmente ao acaso, em vez de um efeito real.
O nível três sigmas representa a mesma probabilidade de jogar uma moeda e obter oito caras ou oito coroas em sequência.
Obter cinco sigmas, por outro lado, corresponderia a lançar a moeda mais de 20 vezes e obter sempre o mesmo resultado.
É altamente improvável que um resultado de cinco sigmas aconteça por acaso, e, assim, um resultado experimental cinco sigma torna-se uma descoberta aceita pela comunidade científica.