Com informações da BBC - 22/04/2017
Planeta mais interessante
Um planeta recém-descoberto pode se tornar o novo local predileto dos astrônomos na busca por sinais de vida fora do nosso Sistema Solar.
Situado a 40 anos-luz de distância, na órbita de uma estrela anã vermelha menor e mais fria que o Sol, o LHS 1140b é maior e tem muito mais massa que a Terra - não por acaso, ele se classifica entre as "superterras".
Segundo os astrônomos, o planeta provavelmente retém boa parte de sua atmosfera - o que o torna um alvo interessante para futuros estudos.
A descoberta foi feita com a ajuda do Observatório de Genebra, na Suíça, e do Observatório de La Silla, no Chile, entre outros.
De acordo com Jason Dittmann, pesquisador do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, em Cambridge (EUA) e autor principal do estudo, trata-se do planeta "mais interessante que descobrimos na última década".
"Não podíamos desejar um alvo melhor para realizar uma das maiores buscas da ciência - a procura por vida fora da Terra", afirmou.
Menos radiação
De acordo com outro integrante da equipe de pesquisadores, Nicola Astudillo-Defru, do Observatório de Genebra, na Suíça, a estrela anã vermelha LHS 1140 gira mais lentamente e emite menos radiação de alta energia que outras estrelas semelhantes.
Para existir vida tal como a conhecemos, um planeta precisa de água em sua superfície e de uma atmosfera. Um problema é que, quando jovens, as anãs vermelhas emitem uma radiação que pode prejudicar as atmosferas dos planetas em sua órbita.
No caso do exoplaneta descoberto agora, porém, os astrônomos desconfiam que ele possa ter possuído um oceano de magma no passado - a lava fervente pode ter alimentado a atmosfera com vapor depois que a estrela passou a emitir brilho constante.
Essas condições assegurariam que o planeta tenha água.
Ficha técnica
Os pesquisadores estimam que o LHS 1140b tenha pelo menos 5 bilhões de anos de idade e seu diâmetro em quase 18 mil km - 1,4 vez mais do que a Terra. Já a massa é em torno de sete vezes maior.
A grande densidade do planeta indica que ele deve ser rochoso e ter um núcleo de ferro.
Agora, o telescópio espacial Hubble irá observar o planeta recém-descoberto para medir exatamente quanta radiação de alta energia ele recebe. Isso é importante para saber mais sobre a eventual capacidade que o planeta tem de suportar vida.