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Energia

Supercondutor a temperatura ambiente sob menos pressão

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/08/2022

Supercondutor a temperatura ambiente feito com apenas um terço da pressão
Esta é a bigorna de diamante que a equipe usou para sintetizar o supercondutor a temperatura ambiente.
[Imagem: NEXCL]

Mais perto da superfície

Menos de dois anos depois de chamar a atenção do mundo com a descoberta de um material com supercondutividade à temperatura ambiente [Este artigo foi posteriormente despublicado], uma equipe de físicos da Universidade de Nevada, nos EUA, saltou para um novo patamar.

Eles agora conseguiram reproduzir o feito da supercondutividade a temperatura ambiente na pressão mais baixa já registrada.

Isto nos coloca mais perto do que nunca de um material supercondutor capaz de revolucionar a forma como a energia é transportada e dar um salto tecnológico nos motores elétricos, entre muitas outras possibilidades.

Em 2020, a equipe sintetizou quimicamente uma mistura de carbono, enxofre e hidrogênio, primeiro em um estado metálico e depois em um estado supercondutor, usando para isso uma pressão de 267 gigapascals (GPa), algo que você encontra na natureza perto do centro da Terra.

Agora, eles repetiram a façanha usando apenas 91 GPa - cerca de um terço da pressão inicialmente necessária.

Supercondutor a temperatura ambiente com apenas um terço da pressão
As primeiras análises indicam que o supercondutor tem uma fórmula CSH7, mas como continuam mexendo nas proporções, os pesquisadores referem-se a ele como sistema C-S-H.
[Imagem: G. Alexander Smith et al. - 10.1039/D2CC03170A]

Melhor compreensão da química do supercondutor

Embora a pressão ainda seja alta - cerca de mil vezes mais alta do que você experimentaria no fundo da Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico - a meta da equipe é se aproximar da pressão atmosférica.

"Estas são pressões em um nível difícil de compreender e avaliar fora do laboratório, mas nossa trajetória atual mostra que é possível atingir temperaturas supercondutoras relativamente altas em pressões consistentemente mais baixas - o que é nosso objetivo final," disse o pesquisador Gregory Smith, principal responsável pelo feito relatado agora. "No final das contas, se queremos tornar os dispositivos benéficos para as necessidades da sociedade, temos que reduzir a pressão necessária para criá-los."

E eles estão entusiasmados com essa possibilidade porque afirmam estar compreendendo cada vez melhor a relação química entre os elementos que compõem seu supercondutor.

"Nosso conhecimento da relação entre carbono e enxofre está avançando rapidamente, e estamos encontrando proporções que levam a respostas notavelmente diferentes e mais eficientes do que o observado inicialmente," disse o professor Ashkan Salamat. "Observar fenômenos tão diferentes em um sistema semelhante apenas mostra a riqueza da Mãe Natureza. Há muito mais para entender, e cada novo avanço nos aproxima dos dispositivos supercondutores cotidianos".

Bibliografia:

Artigo: Carbon content drives high temperature superconductivity in a carbonaceous sulfur hydride below 100 GPa
Autores: G. Alexander Smith, Ines E. Collings, Elliot Snider, Dean Smith, Sylvain Petitgirard, Jesse S. Smith, Melanie White, Elyse Jones, Paul Ellison, Keith V. Lawler, Ranga P. Diasdh, Ashkan Salamat
Revista: Chemical Communications
DOI: 10.1039/D2CC03170A
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