Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/05/2021
Plasma interestelar
A sonda Voyager 1 - uma das duas espaçonaves irmãs lançadas 44 anos atrás e os objetos de fabricação humana mais distantes no espaço - acaba de fazer história mais uma vez, detectando uma emissão até agora desconhecida.
A nave ultrapassou a borda do Sistema Solar há quase seis anos, passando através da heliopausa e rumando para o meio interestelar.
Agora, seus instrumentos detectaram o zumbido constante do gás interestelar, formado por ondas de plasma.
"É um sinal muito fraco e monótono, porque está em uma largura de banda de frequência estreita. Estamos detectando o zumbido fraco e persistente do gás interestelar," afirmou Stella Ocker, da Universidade Cornell, nos EUA.
É mais uma informação sobre como o meio interestelar interage com o vento solar e como a bolha protetora da heliosfera do Sistema Solar é moldada e modificada pelo ambiente interestelar.
Chuva entre trovoadas
Lançada em setembro de 1977, a Voyager 1 passou por Júpiter em 1979 e depois por Saturno, no final de 1980. Hoje ela está viajando a cerca de 60.000 km/h em relação à Terra.
Depois de entrar no espaço interestelar, o instrumento Sistema de Ondas de Plasma da sonda detectou perturbações no gás.
Mas, entre as erupções - causadas por nosso próprio Sol - os pesquisadores descobriram uma assinatura constante e persistente produzida pelo quase vácuo do espaço.
"O meio interestelar é como uma chuva tranquila e suave," comparou o professor James Cordes. "No caso de uma explosão solar, é como detectar a estrondo de um trovão em uma tempestade e depois voltar para uma chuva suave."
Ocker acredita que há mais atividade de baixo nível no gás interestelar do que os cientistas pensavam anteriormente, o que permitirá rastrear a distribuição espacial do plasma, isto é, quando ele não está sendo perturbado por explosões solares.