Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/05/2012
Silício bidimensional
O grafeno dispensa apresentações, e não é de hoje que ele vem ameaçando a supremacia do silício.
O silício tem sido um adversário valente, e agora ele ameaça nada menos do que dar a volta por cima.
Pesquisadores afirmam ter finalmente conseguido isolar o siliceno, uma réplica estrutural do grafeno, com a diferença que, em vez dos átomos de carbono, a estrutura bidimensional é formada por átomos de silício.
Teoricamente, esse novo material deverá ter propriedades equivalentes às do grafeno.
Mas sua grande vantagem é que ele é totalmente compatível com o restante da eletrônica, já que é essencialmente o mesmo material.
Siliceno
O interesse no siliceno é tão grande que, ao longo dos últimos 10 anos, vários grupos de pesquisa têm alegado tê-lo sintetizado - mas ninguém conseguiu convencer ninguém.
Agora, Patrick Vogt, da Universidade Técnica de Berlim, juntamente com colegas da França e da Itália, garantem ter sintetizado o siliceno.
Para provar, eles usaram uma série de medições, afirmando que apenas imagens de um microscópio de tunelamento não são suficientes para comprovar que o material fotografado é mesmo o siliceno.
Depois de criar o cristal unidimensional de silício sobre um cristal de prata, usando deposição de vapor químico, eles mediram a estrutura, avaliaram sua composição química e mediram suas propriedades eletrônicas.
Segundo eles, todos os resultados coincidem com as previsões teóricas, ao contrário de experimentos anteriores, que produziram resultados discutíveis.
Germaniceno
Vogt disse que é muito difícil prever se o siliceno será realmente útil para a eletrônica.
"Nós estamos muito no começo do estudo desse material, e há outras opções também. Pode valer a pena dar uma olhada no germânio, que pode gerar o germaniceno," arrisca ele - ou talvez germaneno.
O germânio é outro material semicondutor largamente utilizado na eletrônica atual.
O grafeno tem-se mostrado excelente para a confecção de transistores ultrarrápidos.
Contudo, fazê-lo funcionar juntamente com a eletrônica do silício tem produzido mais frustrações que inovações até agora.