Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/02/2019
Sensores quânticos
Da medição da inclinação dos celulares e da aceleração dos automóveis aos mais delicados exames médicos, os sensores se tornaram uma das tecnologias mais utilizadas em todo o mundo.
E não é uma tecnologia estática: Estamos chegando agora ao reino dos sensores quânticos.
Embora muitos sensores já utilizados interajam com o que estão tentando detectar em nível molecular e atômico, o campo dos sensores quânticos refere-se mais propriamente aos sensores que atingiram o limite da miniaturização.
Eles são tão precisos que é necessário usar a mecânica quântica para projetá-los e para compreender o seu funcionamento.
Sensor quântico de movimento
Os sensores quânticos que estão sendo desenvolvidos na Universidade de Queensland, na Austrália, por exemplo, prometem revolucionar a navegação e as comunicações nos carros sem motoristas e demais veículos não tripulados e autônomos, como os drones.
"E eles serão construídos a partir de dois fundamentos: Dispositivos mecânicos de nanoengenharia fabricados em um chip de silício, e gases atômicos resfriados até se comportarem como ondas de matéria," explica o professor Warwick Bowen.
A equipe australiana tem um longo histórico de sucesso nas tecnologias quânticas, de simulações de moléculas a processadores fotônicos de silício.
Mas Bowen e seus colegas não estão sozinhos nesta nova empreitada: Os sensores estão sendo desenvolvidos em uma parceria com várias instituições da Austrália e dos EUA, incluindo a NASA, que tem interesse na medição precisa do posicionamento dos satélites em órbita.
Sensor quântico para ressonância magnética
Jorge Casanova e uma equipe da Espanha e da Alemanha voltaram-se para a área de saúde.
Eles desenvolveram uma série de protocolos para sensores quânticos que permitem a obtenção de imagens de ressonância nuclear magnética de biomoléculas únicas usando uma quantidade mínima de radiação.
A ressonância magnética nuclear é a técnica por trás de uma variedade de aplicações, como imagens médicas, neurociências ou detecção de drogas e explosivos.
Com a ajuda dos sensores quânticos, o exame foi adaptado para trabalhar no regime de nanoescala. Com isso, além de permitir melhorar o diagnóstico de pacientes, essa técnica poderá impactar muitas disciplinas das chamadas ciências da vida, fornecendo medições de precisão e sensibilidade incomparáveis.
Com a nova técnica, "seremos capazes de decifrar mudanças químicas em amostras minúsculas de picolitros, produzindo biossensores com sensibilidade inigualável e fornecendo novos insights sobre a estrutura, a dinâmica e a função das biomoléculas e dos processos biológicos," escreveu a equipe.