Com informações do LNNano - 01/06/2016
Sensor médico
Pesquisadores do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), em Campinas (SP) desenvolveram um dispositivo eletrônico simples para a detecção de biomoléculas relacionadas a diversos tipos de câncer e a doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
O sensor tem como elemento central um transístor com uma camada orgânica em escala nanométrica que, em meio líquido, pode identificar facilmente o peptídeo glutationa reduzida (GSH) e a enzima glutationa S-transferase (GST).
Diferentemente dos transistores convencionais, que são formados por várias camadas de diversos materiais, o novo componente possui apenas um par de contatos elétricos cobertos por uma camada orgânica - polímeros à base de carbono -, o que simplifica a fabricação do transístor.
Nessa arquitetura, o filme orgânico é exposto em meio líquido, onde há um terceiro eletrodo para a detecção do par de biomoléculas.
Transístor orgânico
A tecnologia do transístor orgânico para detecção de substâncias em meio líquido é recente e promissora, e vem sendo explorada para aplicações em várias áreas. O dispositivo brasileiro é o primeiro desse tipo reportando a detecção das moléculas de interesse médico.
"Este é um par [de moléculas] relevante para a biomedicina e que pode ser detectado de maneira reversível e em baixas concentrações devido às características peculiares do transístor," disse Rafael Furlan, responsável pela construção do sensor. "Os dispositivos orgânicos são facilmente modificáveis e mais simples que os dispositivos convencionais".
O sensor pode ser adaptado para detecção de outras substâncias, como moléculas relacionadas a diferentes doenças e elementos presentes em material contaminado, entre outras aplicações. Para isso, alteram-se as moléculas incorporadas no sensor, que reagirão na presença dos componentes químicos que são alvo de análise no ensaio, chamados de analitos.