Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/01/2008
Vazamentos e problemas nos encanamentos e tubulações são os principais responsáveis por que uma grande quantidade da água tratada em todo o mundo nunca chegue aos consumidores. No Brasil, essa perda é calculada em até 40%.
E não há formas baratas de se detectar esses vazamentos. A maior parte das tubulações de água potável têm dezenas e até centenas de anos, o que significa canos deteriorados e repletos de micro-vazamentos. Mas o problema só chega mesmo a ser corrigido quando o micro-vazamento se transforma em um estouro de tubulação.
Sensor de automóvel
Para tentar resolver esse problema, cientistas do Instituto Fraunhofer, da Alemanha, estão adaptando para uso em tubulações um minúsculo sensor à base de silício que hoje é utilizado para detectar a quantidade de ar que entra no motor dos automóveis. "Agora nós fomos capazes de utilizar esses sensores em líquidos pela primeira vez," diz o coordenador do projeto, Dr. Peter Lange.
Diferença de temperatura
No coração do sensor estão duas pequenas resistências, uma montada por detrás da outra sobre uma fina membrana. Uma corrente elétrica flui pelas resistências, fazendo com que elas se aqueçam. Quando a água fria flui sobre elas, a primeira resistência passa mais calor para a água do que a segunda.
Desta forma, uma corrente mais alta deve fluir pela primeira resistência a fim de manter a temperatura constante. Com base nessa diferença de corrente elétrica é possível determinar a velocidade e o volume de água fluindo ao longo da tubulação.
Sensor em modo pulsado
Uma característica especial do novo sensor é que ele funciona em modo pulsado. As resistências não são aquecidas constantemente, mas apenas durante três segundos em cada minuto. Isso ajuda a reduzir o depósito de óxido de cálcio e de bolhas de ar, que acabam por distorcer as medições. E permitirá o uso de sensores que funcionem com baterias, mais baratos de se instalar.
Já existem no mercado sensores de fluxo para medições inclusive em tubulações de água. Mas os pesquisadores afirmam que o novo sensor custará menos de 5% das alterativas comerciais atuais.