Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/05/2015
Bolachas de semicondutor
A molibdenita e seus parentes próximos não são tão famosos quanto o grafeno, mas já haviam superado seu colega unidimensional em termos de funcionalidade em aplicações eletrônicas.
Agora, o material deu o passo essencial para que suas potencialidades transformem-se em produtos reais.
Uma equipe da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, construiu as primeiras bolachas (wafers) de molibdenita, nas quais são fabricados os chips.
O processo de deposição utilizado é o mesmo empregado industrialmente com semicondutores como o silício e o arseneto de gálio, mas é inédito com um material que é tipicamente bidimensional - a molibdenita tem apenas 3 átomos de espessura.
"O desempenho elétrico dos nossos materiais é comparável aos resultados relatados [na literatura científica] para cristais individuais de dissulfeto de molibdênio. Mas, em lugar de um minúsculo cristal, aqui nós temos uma pastilha de 4 polegadas," disse o professor Jiwoong Park.
Calcogenetos amorfos
O que se convencionou chamar de molibdenita é na verdade uma família de materiais, chamados calcogenetos amorfos, que incluem a molibdenita propriamente dita, ou dissulfeto de molibdênio (MoS2), o dissulfeto de tungstênio (WS2), o disseleneto de tungstênio (WSe2) e outros.
Esses materiais já foram usados, por exemplo, para construir uma memória flash, um sensor fotográfico ultrassensível e até um chip completo.
Sua deposição em bolachas de padrão industrial é um passo essencial para que eles se transformem em produtos reais.