Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/10/2011
Caiu e ninguém viu
Segundo a agência espacial alemã (DLR), o telescópio espacial Rosat caiu no mar, em algum ponto da Baía de Bengala.
Havia uma preocupação quanto a danos eventualmente causados na queda porque, ao contrário do satélite norte-americano UARS, o Rosat deve ter sobrevivido em grande parte às altas temperaturas da reentrada.
"Mas, 48 horas após a reentrada, nós ainda não tivemos nenhum relato de danos. Acreditamos que ele caiu inteiramente sobre a água," disse Andreas Schutz, porta-voz da agência.
Na verdade, não houve até o momento nenhum relato de visualização da queda, sobretudo porque ela deve ter ocorrido durante o dia no horário local.
O local foi determinado a partir do último rastreamento do satélite por uma estação terrestre.
Só bombas
Os dois eventos recentes de queda de lixo espacial - com elevada probabilidade de causar vítimas no solo - estão gerando uma preocupação maior no público devido à incapacidade das agências espaciais de sequer saberem onde o artefato caiu.
Isto mostra o quanto estamos distantes de qualquer sistema de alerta prévio.
Sabe-se que os Estados Unidos possuem um sistema de rastreamento a laser de artefatos espaciais, construído para monitorar mísseis lançados contra seu território.
Mas, aparentemente, esta tecnologia ainda não foi disponibilizada para uso em tempos de paz.
Com a aproximação do fim da vida útil de uma série de satélites artificiais lançados nas décadas de 1980 e 1990, especialistas calculam que esses eventos de reentrada de grandes lixos espaciais deverão se repetir pelo menos uma vez a cada ano.
ROSAT
O ROSAT (ROentgen SATellite) foi lançado em 1990 e atingiu o fim da vida útil em 1999.
Como o telescópio foi construído para observar raios X no espaço, seus espelhos tiveram que ser fortemente blindados contra o calor, que poderia atrapalhar suas sensíveis observações.
Graças a essa blindagem, é praticamente certo que seus espelhos e praticamente toda a sua estrutura tenham sobrevivido à reentrada.