Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/08/2008
Pesquisadores ingleses desenvolveram um robô controlado por um cérebro biológico, em vez dos tradicionais "cérebros eletrônicos," formados por um programa rodando em um microprocessador.
Cérebro biológico robótico
O cérebro biológico robótico é formado por um conjunto de neurônios cultivados em laboratório, colocados sobre uma rede de eletrodos conhecida como MEA (multi electrode array). São cerca de 300.00 neurônios de rato mergulhados em uma solução de nutrientes e antibióticos. Os neurônios fazem naturalmente conexões entre si e continuam a desenvolver novas conexões à medida que são estimulados.
O MEA utilizado é um pequeno recipiente circular, contendo em sua base cerca de 80 eletrodos que coletam os sinais elétricos gerados pelos neurônios e os repassa para os circuitos eletrônicos que controlam o corpo do robô. Os sinais coletados pelos eletrodos são então utilizados para controlar esses circuitos.
Ativando o cérebro artificial
Para estimular o cérebro robótico, os neurônios são ativados por sinais coletados pelos sensores do robô. Quando o robô se aproxima de um objeto, por exemplo, o sensor de proximidade envia seus sinais por meio dos eletrodos do MEA até os neurônios.
Em resposta, os sinais de saída dos neurônios são dirigidos para acionar as rodas do robô e fazê-lo virar para a esquerda ou para a direita. Com isto, os neurônios são levados a desenvolver um padrão de acionamento que faz com que o robô evite o obstáculo.
Ensinando o cérebro artificial
"Esta nova pesquisa é tremendamente entusiasmante porque, primeiramente, o cérebro biológico controla seu próprio corpo robótico móvel e, em segundo lugar, ele irá nos permitir investigar como o cérebro aprende e memoriza sua experiência. Esta pesquisa fará avançar nosso entendimento de como o cérebro funciona, e poderá ter um efeito profundo em muitas áreas da ciência e da medicina," diz o professor Kevin Warwick, da Universidade de Reading.
Warwick e sua equipe agora vão tentar fazer com que o robô aprenda, aplicando sinais diferentes ao seu cérebro biológico quando ele chegar em locais predeterminados. Os cientistas esperam que, à medida que o aprendizado do robô avance, seja possível verificar como a memória se manifesta no cérebro. Isto poderá ser feito verificando o padrão de acionamento dos neurônios quando eles voltarem aos locais já visitados.
Outros cérebros biológicos para robôs
Esta é mais uma pesquisa em uma área promissora, que busca tanto estudar o funcionamento do cérebro humano, quanto desenvolver cérebros artificiais biológicos para o controle de robôs.
Veja algumas das reportagens já publicadas sobre o assunto: