Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/07/2014
Discos orbitais
Uma análise de cerca de 380 grandes galáxias mostrou que as pequenas galáxias satélites que as rodeiam organizam-se em discos girando ao redor das galáxias líderes.
Isto contradiz o modelo cosmológico atual, que afirma que as galáxias satélites deveriam seguir órbitas aleatórias.
O Universo possui um número incalculável de galáxias - "bilhões delas", por assim dizer. Algumas são imensas, como a nossa Via Láctea, contendo centenas de bilhões de estrelas.
Mas a maioria das galáxias que podemos observar são "galáxias anãs", muito menores do que a Via Láctea, e contendo alguns poucos bilhões de estrelas.
Seguindo a Modelo Cosmológico Padrão, as galáxias-anãs deveriam se mover em todas as direções. Mas não é isso que os dados mostram.
Seguindo o líder
Os astrônomos já haviam percebido que as pequenas galáxias que circundam a Via Láctea e nossa vizinha Andrômeda não seguem padrões aleatórios. Mas, como isso contradiz a teoria mais aceita, os cientistas assumiram que a Via Láctea e Andrômeda eram uma exceção à regra.
Contudo, com a observação de 380 grandes galáxias, agora não está dando mais para fugir do problema.
"Este é um grande problema que contradiz nosso modelo cosmológico padrão. Ele desafia nossa compreensão de como o Universo funciona, incluindo a natureza da matéria escura," explicou o professor Geraint Lewis, da Universidade de Sidney, na Austrália.
"Para todo lado que olhamos, vemos esse movimento estranhamente coordenado das galáxias anãs. Disto podemos extrapolar que esses planos circulares são universais, vistos em cerca de 50 por cento das galáxias," completou o pesquisador.
Errando no varejo
Pelo modelo padrão, a formação das galáxias anãs está conectada aos filamentos de matéria escura que se acredita permear todo o Universo.
Mas então seria necessário explicar por que esses grandes enxames de galáxias anãs circulam ao redor das suas galáxias principais em discos que são muito mais finos do que os filamentos que lhes teriam dado origem.
Segundo os pesquisadores, a descoberta pode significar que todas as simulações cósmicas - e as teorias que lhes dão embasamento - precisam ser completamente revistas.
Para eles, tudo parece indicar que o modelo padrão fornece uma representação adequada das observações em escalas maiores, "mas não estamos enxergando algo fundamental em escalas menores".