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Descoberto novo tipo de estrela variável

Com informações do ESO - 14/06/2013

Descoberto novo tipo de estrela variável
Este grupo de estrelas jovens é o aglomerado estelar aberto NGC 3766, na constelação do Centauro. Um grupo de pesquisadores do Observatório de Genebra obteve observações extremamente cuidadosas destas estrelas, com o auxílio do telescópio suíço de 1,2 metros, Leonhard Euler, instalado no Observatório de La Silla, no Chile. As observações mostraram que 36 destas estrelas pertencem a uma nova classe de estrelas variáveis, desconhecida até agora.
[Imagem: ESO]

Astrônomos suíços descobriram um novo tipo de estrela variável.

As observações revelaram propriedades desconhecidas de algumas estrelas, propriedades estas que não podem ser explicadas pelas atuais teorias.

Os resultados baseiam-se em medições regulares do brilho de mais de três mil estrelas no aglomerado estelar aberto NGC 3766, durante um período de sete anos.

Trinta e seis destas estrelas seguem um padrão inesperado - mostram minúsculas variações regulares do seu brilho ao nível de 0,1 % do brilho normal das estrelas. Estas variações têm períodos compreendidos entre 2 e 20 horas.

As estrelas são um pouco mais quentes e mais brilhantes que o Sol, mas tirando isso parecem perfeitamente "normais". Esta nova classe de estrelas variáveis ainda não tem nome.

Há cerca de um ano, outra equipe detectou variações de brilho bem mais intensas, mostrando que o piscar das estrelas não é apenas expressão poética e nem fruto somente das interferências atmosféricas.

O nível de precisão das medições feitas pelos suíços foi duas vezes superior ao conseguido em estudos semelhantes - e suficiente para revelar estas pequenas variações pela primeira vez.

"Chegamos a este nível de sensibilidade graças à alta qualidade das observações, combinada com uma análise dos dados extremamente cuidadosa", diz Nami Mowlavi, líder da equipe de investigação. "Mas também porque levamos a cabo um extenso programa de observação que durou sete anos. Provavelmente não teria sido possível obter tanto tempo de observação num telescópio maior".

O estudo foi feito usando o telescópio suíço Euler, de 1,2 metros, instalado no Observatório de La Silla, no Chile.

Estrelas variáveis

Muitas estrelas são conhecidas como variáveis ou pulsantes, porque seu brilho aparente varia com o tempo. O modo como o brilho destas estrelas varia depende de maneira complexa das propriedades do seu interior.

Este fenômeno permitiu o desenvolvimento de um ramo da astrofísica chamado astrossismologia, onde os astrônomos "ouvem" estas vibrações estelares, no intuito de compreenderem as propriedades físicas das estrelas e o seu funcionamento interno.

"A existência desta nova classe de estrelas variáveis constitui por si só um desafio aos astrofísicos", diz Sophie Saesen, também membro da equipe. "Os modelos teóricos atuais preveem que sua luz não deveria sequer variar de maneira periódica, por isso os nossos esforços atuais estão focados em descobrir mais sobre o comportamento deste novo tipo tão estranho de estrelas".

Embora a causa da variabilidade permaneça um mistério, existe uma pista importante: algumas das estrelas têm uma rotação muito rápida. Giram a velocidades mais elevadas do que metade da sua velocidade crítica, que é o limite a partir do qual as estrelas se tornam instáveis e lançam matéria para o espaço.

"Nestas condições, a rotação rápida terá um impacto importante nas propriedades internas das estrelas. No entanto, ainda não conseguimos modelar as variações de luz adequadamente", explica Mowlavi. "Esperamos que a nossa descoberta encoraje especialistas a estudar este assunto, no sentido de percebermos a origem destas misteriosas variações".

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