Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/08/2014
Fabricação de nanotubos
Os nanotubos de carbono têm sido objeto de pesquisas fundamentais e aplicadas há mais de 20 anos.
Contudo, tem sido difícil gerar aplicações práticas com eles porque é muito difícil fabricar nanotubos de carbono de forma consistente e confiável.
Eles têm propriedades mecânicas, termais e eletrônicas extraordinárias, mas costumam "sair do forno" em versões metálicas e semicondutoras misturadas - separá-los é um trabalho à parte.
Já foi construído o primeiro computador de nanotubos de carbono, mas se acredita que é possível sonhar mais alto, por exemplo, com os elevadores espaciais - pelo menos as cordas de carbono já começaram a ser testadas em elevadores terrestres.
Agora, pesquisadores dos Laboratórios Empa (Suíça) e do Instituto Max Planck (Alemanha) vislumbraram uma nova forma de fabricar nanotubos de carbono perfeitos e com propriedades previsíveis.
Sementes de nanotubos
Juan Ramon Sanchez-Valencia e seus colegas estão usando "sementes" de carbono para fazer crescer nanotubos perfeitamente homogêneos, o que permite definir se eles serão metálicos ou semicondutores.
"O grande desafio foi encontrar a molécula inicial adequada que pudesse realmente 'germinar' sobre uma superfície plana para formar a semente correta," disse Roman Fasel, coordenador da equipe
A molécula é um hidrocarboneto com pouco mais de 150 átomos.
O processo começa com a molécula colocada sobre uma superfície de platina, crescendo em um domo por meio de uma reação catalítica que rompe ligações de hidrogênio e cria ligações carbono-carbono em locais específicos.
Os carbonos adicionais, para que o nanotubo cresça, são fornecidos por outra reação, por meio da decomposição catalítica do etileno (C2H4).
Os carbonos vão se posicionando corretamente entre a borda do nanotubo e a superfície de platina, fazendo com que a nanoestrutura cresça continuamente.
Os experimentos iniciais conseguiram produzir nanotubos perfeitos de até 300 nanômetros de altura - mais de 100 milhões deles em uma superfície de platina de um centímetro quadrado.
Os pesquisadores afirmam que o próximo passo é melhorar a capacidade de germinação das suas sementes, já que nem todas geram nanotubos.