Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/01/2021
Catalisador plasmônico
A plasmônica é uma tecnologia que usa ondulações nos elétrons de um metal geradas pela incidência de um feixe de luz - essas ondulações são conhecidas como plásmons de superfície.
Essa interação luz-matéria tem sido usada principalmente em pesquisas de processamento de dados, prometendo uma eletrônica na velocidade da luz.
Mas Sean Collins, da Universidade Rice, nos EUA, está tentando usar a energia dos plásmons de superfície para um objetivo completamente diferente: catalisar reações químicas.
Para isso, ele mesclou nanopartículas de ouro com polímeros macios; esses polímeros puxam energia da resposta plasmônica do ouro à luz e essa energia pode então ser usada para catalisar as reações, um tipo avançado de fotocatálise.
Como diferentes metais - ouro, prata e alumínio têm sido os mais usados - são sensíveis a diferentes cores e intensidades de luz, é possível criar sistemas híbridos muito versáteis, para uma infinidade de usos.
Da fotônica à química
Collins e sua colega Emily Searles descobriram uma maneira de usar um suporte eletroquímico para revestir nanopartículas de ouro com um polímero à base de níquel, que é sensível à luz.
Quando a partícula é iluminada, a energia dos plásmons do ouro flui para o revestimento, enquanto o potencial aplicado na célula eletroquímica induz uma nova polimerização dos monômeros em solução, dobrando o tamanho do revestimento. A partícula híbrida resultante amortece a dispersão da luz pelos plásmons de superfície, transferindo energia para o invólucro do polímero.
As partículas híbridas medem cerca de 35 por 85 nanômetros antes da polimerização, e o dobro disso depois. Na medição de pico, elas entregaram 50% de eficiência na transferência de energia da nanopartícula para o revestimento.
"O objetivo é poder criar uma biblioteca desses sistemas [conjunto metal-polímero]. Dependendo da aplicação, queremos mudar o espectro [de luz] para ter a mais alta eficiência energética. Há muitas coisas diferentes para ajustar, com certeza," disse Emily.
O próximo passo é começar a testar as reações de fotocatálise que podem ser otimizadas usando essa nova tecnologia.
"A esperança é que, como colocamos a energia no polímero, agora possamos aproveitar essa energia para reagir com outras moléculas na superfície da interface macia. Não há reações incluídas neste artigo, mas é lá que queremos chegar," disse Emily.