Com informações da Physics World - 04/11/2014
Separação de spins
Físicos fizeram a primeira observação direta de um fenômeno de separação de spins (spin splitting) de intensidade prática - o que eles estão chamando de "separação de spins gigante".
A maior surpresa é que a observação foi feita no disseleneto de tungstênio (WSe2), um material de espessura molecular que, embora venha despontando firme no campo dos dispositivos optoeletrônicos - essa classe de material é mais conhecida como molibdenita -, tem uma simetria cristalina que não deveria permitir a separação de spins.
A descoberta está sendo aclamada como o impulso definitivo para a spintrônica.
A spintrônica promete um salto em relação à eletrônica ao aproveitar o momento magnético de elétrons individuais, em vez das enxurradas de elétrons que compõem as correntes elétricas.
Os avanços gerados pela spintrônica já estão presentes em memórias de computador e em discos rígidos, mas a construção de componentes similares aos transistores depende ainda de uma compreensão detalhada de como o spin de cada elétron se comporta em um sólido.
Para isso, é necessário encontrar um material capaz de efetuar a separação de spins de forma controlada - ou seja, separar elétrons com spins para cima dos elétrons com spins para baixo. Todos os materiais conhecidos até agora tinham um efeito pequeno demais para aplicações práticas.
Jon Riley e seus colegas constataram que, embora um cristal de disseleneto de tungstênio de grande dimensão tenha uma estrutura cristalina que impeça a separação de cargas, quando feito em camadas, cada uma das duas camadas atômicas fica 100% polarizada pelo spin, um efeito que é cancelado no cristal maciço devido à rotação das camadas umas em relação às outras.
Segundo os pesquisadores, com uma capacidade de separação de cargas acionada por uma tensão de 500 mV, o material 2D tornará possível desenvolver componentes spintrônicos práticos que funcionem a temperatura ambiente.