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Energia

Maser sai do frio para ocupar lugar junto ao Laser

Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/08/2012

Maser sai do frio para ocupar lugar junto ao Laser
O núcleo do MASER parece um rubi, mas é na verdade um cristal orgânico.
[Imagem: NPL]

MASER

Cientistas construíram pela primeira vez um MASER de estado sólido, capaz de funcionar a temperatura ambiente.

O MASER é o pai do LASER, tendo sido inventado em 1954.

Mas ele nunca chegou a conquistar a fama do filho por ser um sujeito complicado: fazê-lo funcionar exige pressões extremamente baixas ou temperaturas próximas ao zero absoluto, além de fortes campos magnéticos.

MASER é a sigla de Microwave Amplification by Stimulated Emission of Radiation, ou amplificação de micro-ondas por emissão estimulada de radiação.

Quando se conseguiu diminuir o comprimento das ondas emitidas, o dispositivo passou a ser conhecido como LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation), que teve a vantagem adicional de funcionar a temperatura ambiente.

Mas o MASER propriamente dito sempre teve aplicações potenciais muito promissoras, de forma que os cientistas nunca desistiram totalmente deles. Entre essas aplicações estão técnicas não-invasivas para analisar o interior do corpo humano, mecanismos de leitura do valor dos qubits de computadores quânticos, e até radiotelescópios capazes de estudar exoplanetas.

MASER orgânico

Todas essas possibilidades agora voltaram à pauta, graças ao trabalho de cientistas do National Physical Laboratory (NPL) e do Imperial College de Londres, na Inglaterra.

Eles demonstraram o masing em um dispositivo de estado sólido funcionando a temperatura ambiente e sem a necessidade de aplicação de um campo magnético. Isso significa que o custo para fabricar e operar um MASER pode ser drasticamente reduzido, abrindo caminho para que ele seja tão amplamente utilizado como a tecnologia LASER.

"Quando os LASERs foram inventados, ninguém sabia exatamente como eles seriam usados, e ainda assim a tecnologia floresceu a tal ponto que os LASERs agora tornaram-se onipresentes em nossas vidas cotidianas. Ainda temos um longo caminho a percorrer antes o MASER atinja esse nível, mas o nosso avanço significa que esta tecnologia pode literalmente sair do frio e começar a se tornar mais útil," disse o professor Neil Alford.

Os MASERs vinham se baseando em cristais inorgânicos, como o rubi, que exige a resfriamento criogênico. O mesmo efeito foi obtido agora usando uma molécula orgânica, chamada p-terfenil dopada com pentaceno.

Curiosamente, o pentaceno transforma o p-terfenil, que é incolor, em um cristal com um intenso brilho rosa-avermelhado, permitindo que ele funcione exatamente como o rubi.

Bibliografia:

Artigo: Room-temperature solid-state maser
Autores: Mark Oxborrow, Jonathan D. Breeze, Neil M. Alford
Revista: Nature
Vol.: 488, pages 353356
DOI: 10.1038/nature11339
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