Com informações da Agência Fapesp - 15/09/2020
Baterias avançadas
Acaba de ser instalada no Brasil a primeira manufatura de supercapacitores e de baterias do Hemisfério Sul.
De escala laboratorial avançada, a instalação é capaz de produzir protótipos de supercapacitores e de baterias na escala de "carteiras", que são células retangulares de 5 por 7 centímetros.
A manufatura está instalada na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e é fruto de uma parceria da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e da Shell.
O grupo AES (Armazenamento Avançado de Energia) deverá iniciar nas próximas semanas a produção dos primeiros protótipos de baterias de íons de lítio e materiais alternativos, como sódio, potássio e zinco.
"Com a manufatura, passamos da escala laboratorial, das células-moeda, em que nossos resultados já estavam bem consolidados, para as células-carteira, que permitem o agrupamento em módulos, o que torna todo o processo facilmente escalonável para o uso industrial. Exemplos de aplicações, além dos veículos elétricos, são sistemas de backup de energia, quando há falha na rede elétrica em instalações como hospitais, em que não pode haver nem mesmo o menor intervalo no fornecimento," disse o professor Hudson Zanin.
O funcionamento dos equipamentos envolve três conjuntos principais de ações: produção dos eletrodos; empilhamento e alinhamento desses eletrodos, seguidos de testes eletroquímicos e caracterização do material; e selagem final do dispositivo em atmosfera inerte, isenta de umidade.
A manufatura é formada por um parque de equipamentos que custaram cerca de R$ 500 mil.
"Toda a tecnologia de supercapacitores e baterias de íons de lítio e similares que utilizamos aqui no Brasil é importada. Assim, nossa ideia é, em parceria com a indústria nacional, avançarmos na possibilidade de produzirmos esses dispositivos aqui no país," disse Zanin.