Com informações da BBC - 23/08/2023
Em busca da água da Lua
A Índia fez história ao se tornar o primeiro país a pousar uma espaçonave nos arredores do Polo Sul da Lua.
O triunfo da missão indiana Chandrayaan-3 acontece poucos dias depois da colisão da primeira missão lunar da Rússia em 47 anos, que bateu contra a superfície ao tentar pousar na mesma região. Uma sonda privada japonesa também falhou ao tentar pousar em Abril passado.
Os EUA, a antiga União Soviética e a China conseguiram aterrissar suas naves espaciais perto do equador lunar. Nenhum desses países, no entanto, liderou missões bem-sucedidas ao Polo Sul.
Mas por que o Polo Sul está emergindo como um destino científico atraente? Os cientistas dizem que um dos principais motivos é a água.
A área que permanece em sombra permanente nesta região é enorme. Para os cientistas, as crateras que estão permanentemente na sombra no lado escuro da Lua podem conter água congelada.
Os dados coletados pela LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter), uma sonda da Nasa que orbita a Lua há 14 anos, sugerem que o gelo de água está presente em algumas das grandes crateras permanentemente sombreadas.
A água congelada não contaminada pela radiação do Sol pode ter se acumulado em regiões polares frias ao longo de milhões de anos, levando ao acúmulo de gelo na superfície ou perto dela.
A missão lunar Chandrayaan-1 da Índia foi a primeira a encontrar evidências de água na Lua, em 2008.
Chandrayaan-3
A espaçonave Chandrayaan-3 (Veículo Lunar 3) é composta por um orbitador, um módulo de pouso e um rover. É praticamente uma repetição da missão Chandrayaan-2, que continua em órbita fazendo estudos da Lua, mas cujo módulo de pouso falhou ao tentar descer no Polo Sul da Lua, em 2019.
O módulo de pouso é chamado Vikram, em homenagem a Vikram Sarabhai, fundador da ISRO (Organização Indiana de Pesquisa Espacial), a agência espacial indiana.
O módulo Vikram pesa cerca de 1.500 kg e carrega em seu interior o rover Pragyaan, a palavra sânscrita para sabedoria, que pesa 26 kg, que leva dois instrumentos científicos, projetados para estudar a composição elementar nas proximidades do local de pouso.