Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/11/2018
Aerogel de PET
Pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura (NUS) deram uma contribuição significativa para resolver a questão global dos resíduos plásticos.
Steven Salomo e seus colegas criaram uma maneira de converter garrafas PET (polietileno tereftalato) em aerogéis.
Os aerogéis são materiais levíssimos - eles são chamados de "fumaça sólida" - , macios, flexíveis, duráveis e fáceis de manusear. Eles também apresentam excelente capacidade de isolamento térmico e, como são mais ar do que matéria, uma forte capacidade de absorção.
Essas propriedades os tornam atraentes para uma ampla gama de aplicações, como isolamento térmico e acústico em prédios, limpeza de derramamentos de óleo e também como revestimento leve para casacos de bombeiros e máscaras de absorção de dióxido de carbono, que poderiam ser usadas durante operações de resgate e incêndio.
"Uma garrafa de plástico pode ser reciclada para produzir uma folha de aerogel de tamanho A4. A tecnologia de fabricação também é facilmente escalonável para produção em massa. Desta forma, podemos ajudar a reduzir os danos ambientais causados pelos resíduos plásticos," disse o professor Hai Minh Duong, coordenador da equipe.
Máscara de poeira e gás
A equipe já testou várias formas de uso do seu aerogel de PET.
Quando revestido com produtos químicos retardantes de fogo, o aerogel PET resiste a temperaturas de até 620º C - isto é sete vezes mais do que o revestimento térmico usado nos casacos de bombeiros atuais, e pesando apenas cerca de 10% do peso do material convencional. A natureza suave e flexível do aerogel PET também proporciona maior conforto.
Quando revestido com um grupo amina, o aerogel de PET absorve rapidamente o dióxido de carbono do ambiente. Sua capacidade de absorção é comparável à dos materiais usados em máscaras de gás, que são caras e volumosas. Para ilustrar esta aplicação, a equipe incorporou uma fina camada de aerogel PET em uma máscara de partículas finas capaz de absorver partículas de poeira e dióxido de carbono - ou seja, gás e aerossóis filtrados pela mesma máscara.
Os pesquisadores agora estão trabalhando em técnicas para fazer modificações na superfície dos aerogéis de PET para torná-los capazes de absorção de gases tóxicos, como o monóxido de carbono, que é o componente mais letal na poluição.