Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/09/2014
Fotodetector colorido
Inspirados na natureza, pesquisadores criaram o primeiro fotodetector "colorido", capaz de responder diretamente às luzes vermelha, verde e azul.
Os fotodetectores - componentes capazes de converter um pulso de luz em corrente elétrica - estão presentes em praticamente todas as tecnologias de comunicação modernas, das câmeras às comunicações por fibras ópticas.
A versão atual desses componentes converte a luz em sinais elétricos, mas não tem sensibilidade às cores.
Para capturar imagens a cores, os fabricantes precisam adicionar filtros de cor para separar uma cena em componentes de vermelho, verde e azul.
O novo componente é baseado em uma rede de difração - ou grade de difração - feita de alumínio, que pode ser adicionada aos fotodetectores de silício construídos com a tecnologia CMOS atual.
"Os mecanismos de filtragem de cores de hoje frequentemente envolvem materiais que não são compatíveis com CMOS, mas esta nova abordagem tem vantagens além da integração on-chip," disse a professora Naomi Halas, da Universidade Rice, nos Estados Unidos, cuja equipe recentemente construiu um fotodetector capaz de detectar uma única molécula.
"Ela é também mais compacta e mais simples, e imita melhor a forma como os organismos vivos veem cores," acrescenta ela.
Biomimética
Essa biomimética não ocorreu por acidente. O fotodetector de cores resultou de uma pesquisa que tinha como objetivo imitar a pele dos cefalópodes - como lulas e polvos.
Os cefalópodes são mestres da camuflagem, mas estranhamente são daltônicos, por isso os cientistas suspeitam que esses animais detectam as cores diretamente através da pele.
A detecção das cores é feita tirando proveito dos efeitos de interferência entre a rede de difração e a superfície do fotodetector. Ajustando precisamente a espessura e o espaçamento das fendas da grade é possível direcionar as diferentes cores para o fotodetector de silício.