Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/11/2008
As recentes descobertas de gelo em Marte, além de um solo comparável ao da Terra, feitas pela sonda espacial Phoenix, já tiveram o primeiro resultado prático: soltar a imaginação dos roboticistas, que vislumbraram uma oportunidade para que a exploração espacial possa ser feita com robôs - mais especificamente, com robôs minúsculos, do tamanho de formigas.
Formigas robóticas
"Pequenos robôs capazes de trabalhar em conjunto poderão explorar o planeta. Nós sabemos que há água e poeira, então tudo o que nós precisamos é de algum tipo de cola para começar a construir estruturas, como casas para os cientistas humanos," afirma Marc Szymanski.
O pesquisador alemão participa do projeto de pesquisas I-Swarm, o mesmo grupo que projetou os nanitos, microrrobôs milimétricos capazes de agir coletivamente, imitando o comportamento de enxames de insetos, como formigas, cupins e abelhas.
Robôs para exploração espacial
A idéia agora é utilizar minúsculos robôs que ajam como uma colônia de formigas, cooperando entre si para desempenhar uma tarefa comum - a construção das primeiras obras civis, que poderão ser aproveitadas pelos astronautas, quando eles chegarem ao planeta.
Os pesquisadores estão de olho na capacidade que formigas e cupins têm para construir galerias e estruturas elevadas e esperam usar os mesmos mecanismos para levantar estruturas que possam ser úteis ao ser humano.
Os pesquisadores também estão construindo microrrobôs capazes de se unir para formar robôs maiores, capazes de desempenhar as tarefas que não sejam acessíveis aos microrrobôs individualmente.
Outras utilidades dos microrrobôs
A exploração espacial é apenas uma das utilidades que os pesquisadores vêem para seus enxames de microrrobôs. "Enxames de robôs são particularmente úteis em situações onde você necessite de alta redundância. Se um robô apresenta defeito ou é danificado, ele não causa o fracasso da missão porque outro robô simplesmente vem para ocupar seu lugar," diz Szymanski.
Essas situações incluem operações em águas profundas, em minas, consertos de grandes equipamentos, limpeza de poluentes, principalmente no caso de derramamentos de óleo e, no futuro, até mesmo aplicar tratamentos no interior do corpo humano, em operações menos invasivas do que as cirurgias tradicionais.
Enxames de microrrobôs
Os microrrobôs usam luz infravermelha para comunicarem-se uns com os outros, cada um sinalizando para o mais próximo até que todo o enxame esteja informado. Por exemplo, quando um deles encontra um obstáculo, ele pode sinalizar para os outros para circundar o objeto e tirá-lo do caminho.
Um grupo de microrrobôs, pouco maiores do que uma moeda, utiliza rodas para se mover, tendo seus motores alimentados por baterias. Um outro modelo, que incorpora o conceito de formigas robóticas, é alimentado pela energia capturada por células solares e se move por meio de vibrações.