Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/01/2010
Fritura benéfica
Já imaginou transformar sobras de óleo de fritura em biocombustível? O que era um problema para o meio ambiente, aos poucos está se tornando uma solução com duplo benefício: deixa-se de gastar petróleo e produzem-se menos poluentes.
Em mais uma iniciativa desse tipo, a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) aprovou um financiamento não-reembolsável (que não precisa ser pago) de R$ 2,5 milhões para um projeto de reciclagem de óleo de cozinha que será coordenado pela Embrapa Agroenergia (Brasília/DF).
Óleo no esgoto
A proposta visa aproveitar de maneira inteligente o descarte dos restaurantes da Capital Federal. A eliminação do volume de óleo derramado ralo abaixo proporcionará redução de custos com o tratamento de água.
"A ideia desta reciclagem é retirar o produto do esgoto", explica o pesquisador José Dilcio Rocha, coordenador da proposta.
Estima-se que, atualmente, quatro milhões de litros de óleo sejam consumidos por ano e despejados na rede do Distrito Federal, o que provoca entupimento no sistema e gastos com manutenção e produtos químicos de neutralização.
Fábrica-escola de biocombustível
O investimento, além de um sistema de coleta integrado com bares e restaurantes, viabilizará a construção de uma fábrica-escola de biocombustível que, quando pronta, irá processar até cinco mil litros de óleo por dia.
Em média, as famílias brasileiras consomem de um a três litros do produto por mês. Caso fosse reaproveitado, este resíduo poderia gerar até 33 milhões de litros de combustível limpo.
Além desses benefícios, falar em biodiesel é pensar em uma atmosfera mais saudável. No ano passado, Brasília registrou o maior crescimento percentual da frota de carros e de motos do país. Em 2001, havia 521.337 carros registrados. Em outubro de 2009, foram 845.219 (62,1% a mais).
O projeto, ao transformar resíduo em um combustível biodegradável e livre de enxofre, também pode ajudar a reduzir a emissão de poluentes e, consequentemente, o aquecimento global.
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília são parceiros do projeto.