Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/09/2023
Produção de oxigênio em Marte
Um instrumento destinado a produzir oxigênio em Marte encerrou com sucesso sua operação.
Embora fosse apenas uma versão de demonstração, o pequeno instrumento, a bordo do rover Perseverança, provou ser uma tecnologia viável para os astronautas em Marte produzirem oxigênio para respirar e para compor a alimentação de foguetes.
O aparelho é chamado MOXIE, sigla em inglês para "Experimento ISRU de Oxigênio em Marte", sendo ISRU um outro acrônimo, para "Utilização de Recursos Locais", que é uma forma técnica de descrever o que a maioria de nós chama de "viver da terra".
Em vez de levarem consigo grandes quantidades de oxigênio para Marte, os futuros astronautas poderão viver dos recursos locais, utilizando materiais que encontram na superfície do planeta para sobreviver.
O aparelho produziu oxigênio em Marte pela primeira vez em fevereiro do ano passado. Seis meses depois, já havia dados para comprovar que a tecnologia de produção de oxigênio em Marte era um sucesso.
Como a produção é apenas residual e o objetivo era apenas demonstrar a tecnologia, a NASA continuou coletando mais dados, até que, agora, decidiu dar o experimento por encerrado.
Como e quanto oxigênio foi produzido?
O MOXIE produz oxigênio molecular (O2) através de um processo eletroquímico que separa um átomo de oxigênio de cada molécula de dióxido de carbono bombeado da fina atmosfera de Marte. À medida que esses gases fluem pelo sistema, eles são analisados para verificar a pureza e a quantidade do oxigênio produzido.
Ele cumpriu com sucesso todos os seus requisitos técnicos e foi operado em uma variedade de condições ao longo de um ano completo em Marte, permitindo aos criadores do instrumento aprender muito sobre a tecnologia.
O aparelho gerou um total de 122 gramas de oxigênio, aproximadamente o que um cachorro pequeno respira em 10 horas, sempre com 98% de pureza ou melhor. Na sua forma mais eficiente, o aparelho foi capaz de produzir 12 gramas de oxigênio por hora, o que é o dobro das metas originais da NASA para o instrumento.
"Estamos orgulhosos de ter apoiado uma tecnologia inovadora como o MOXIE, que poderá transformar recursos locais em produtos úteis para futuras missões de exploração," disse Trudy Kortes, da NASA. "Ao provar esta tecnologia em condições reais, estamos um passo mais perto de um futuro em que os astronautas 'vivam da terra' no Planeta Vermelho."