Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/10/2013
Estrelas planetárias
Estrelas costumam ser muito quentes.
Mas, como nada é para sempre, até mesmo as estrelas esfriam.
Por isso, os astrônomos estão constantemente em busca de estrelas cada vez mais frias, não apenas por curiosidade, mas para entender seu processo de envelhecimento.
Dois anos atrás, o telescópio espacial WISE da NASA descobriu uma nova classe de corpos celestes muito frios que começaram a confundir a fronteira entre estrelas e planetas.
No entanto, até agora ninguém sabe exatamente qual é a temperatura na superfície dessas "estrelas planetárias".
Cálculos iniciais sugeriam que elas poderiam ter a mesma temperatura ambiente da Terra, levantando a hipótese de que essas estrelas frias poderiam ter nuvens.
Contudo, um estudo mais aprofundado concluiu que esses corpos celestes são realmente as estrelas mais frias que se conhece, mas não são tão frias quanto se pensava.
Os novos cálculos apontam para temperaturas entre 120 e 175 graus Celsius.
Estrelas ou planetas?
Para chegar a temperaturas superficiais tão baixas após resfriarem por bilhões de anos, essas estrelas devem ter uma massa entre 5 e 20 vezes a massa de Júpiter.
Ao contrário do Sol, a única fonte de energia dessas estrelas frias é a sua contração gravitacional, que depende diretamente da sua massa.
"Se um objeto desses fosse encontrado orbitando uma estrela [em um sistema binário], há uma boa chance de que ele fosse chamado de planeta," disse Trent Dupuy, um dos autores do estudo.
Mas, como provavelmente se formaram por conta própria, e não em um disco protoplanetário, os astrônomos ainda chamam esses corpos frios de anãs marrons, mesmo que tenham uma massa de classe planetária - alguns já sugeriram a criação de uma classe conhecida como planemos.
Pode esfriar mais
Mas não pense que esta seja a palavra final sobre o assunto.
Como só emitem radiação na faixa do infravermelho, para medir sua temperatura os astrônomos precisam conhecer precisamente sua distância.
E a equipe determinou que as anãs marrons em questão estão localizadas a distâncias entre 20 e 50 anos-luz da Terra, uma faixa grande demais para um cálculo definitivo.
Além disso, este estudo analisou apenas a amostra inicial das anãs marrons mais frias descobertas pelo telescópio WISE.
Outros objetos descobertos nos últimos dois anos continuam a ser estudados, e novos cálculos deverão ser publicados logo.