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Espaço

Empresas russas vão lançar Estação Espacial Comercial

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/08/2011

Empresas russas vão lançar Estação Espacial Comercial
A Estação Espacial Comercial (o módulo central, com a letra T) usará um sistema universal de acoplagem, permitindo receber naves russas ou de outros países, privadas ou não.
[Imagem: Orbital Technologies]

Espaço privado

As empresas russas Orbital Technologies e RSC Energia (Rocket and Space Corporation Energia) anunciaram planos para lançar ao espaço a primeira nave para receber clientes privados, uma espécie de "hotel espacial".

Batizada de Estação Espacial Comercial (EES), para equiparar-se à Estação Espacial Internacional (EEI), a nave deverá acomodar tanto turistas quanto equipes de pesquisadores de empresas interessadas em fazer pesquisas científicas e tecnológicas.

Outros objetivos incluem servir como refúgio para os astronautas da EEI, em caso de acidente, e como ponto de parada para viagens espaciais mais distantes.

Até hoje, cerca de 500 pessoas foram mandadas ao espaço, praticamente todos membros de agências espaciais nacionais. As únicas exceções foram alguns poucos milionários.

Esses turistas espaciais pioneiros chegaram a pagar centenas de milhões de dólares por uma passagem. A estimativa é que a estadia na Estação Espacial Comercial custe por volta de R$260 mil para um pacote de cinco dias.

Há poucos dias, a Boeing anunciou a intenção de enviar seus astronautas-funcionários ao espaço, mas isso dependerá de financiamento da NASA, e eles ficarão "hospedados" na EEI.

Empresas russas vão lançar Estação Espacial Comercial
Com cerca de 20 metros cúbicos de espaço útil, a CSS poderá acomodar até sete astronautas, que terão quatro cabines à sua disposição.
[Imagem: Orbital Technologies]

Hotel espacial

A Estação merece o nome de hotel espacial porque, segundo a Orbital Technologies, ela será "voltada para humanos" - a Estação Espacial Internacional é mais voltada para laboratórios de pesquisas.

Com cerca de 20 metros cúbicos de espaço útil, a CSS poderá acomodar até sete astronautas, que terão quatro cabines à sua disposição.

O hotel espacial será construído de forma a receber tanto as naves russas Soyuz e Progress, como outras naves, privadas ou não, uma vez que serão adotados os mecanismos universais de acoplagem, já usados pelas agências espaciais dos Estados Unidos, Europa, Japão e China.

Segundo a empresa, a EES (Estação Espacial Comercial) servirá a três propósitos básicos.

Turismo científico

O primeiro será de natureza comercial, pesquisas científicas e desenvolvimento tecnológico. Isso inclui os turistas espaciais, mas também grupos de pesquisadores de empresas.

"A Orbital Technologies tem vários clientes com contratos já assinados, de diferentes segmentos da indústria e da comunidade científica, representando áreas como pesquisas médicas e cristalização de proteínas, processamento de materiais e sensoriamento remoto e imageamento geográfico," afirmou a empresa em nota.

Empresas russas vão lançar Estação Espacial Comercial
A Estação merece o nome de hotel espacial porque será "voltada para humanos" - a Estação Espacial Internacional é mais voltada para laboratórios de pesquisas.
[Imagem: Orbital Technologies]

Refúgio e cooperação

O segundo objetivo será servir de refúgio para os astronautas da Estação Espacial Internacional, no caso de algum acidente ou para alguma manutenção de emergência.

A EES orbitará a Terra a 300 km de altitude, a uma distância de cerca de 100 km da EEI, "com uma inclinação orbital de 51,6 graus, minimizando a diferença de energia necessária para transferir cargas e tripulação entre as duas estações, maximizando as oportunidades para comércio e cooperação."

Stargate

"Finalmente, a CSS será uma passagem real para o resto do Sistema Solar. Uma parada curta na nossa Estação será perfeita para o início de um voo ao redor da Lua," afirmou Sergey Kostenko, da Orbital Technologies.

Havia uma forte especulação de que a RSC Energia construiria uma nave para levar turistas para dar uma "voltinha na Lua", mas a empresa negou esse plano para um futuro próximo.

"Missões tripuladas para explorar o espaço profundo, planejadas para a próxima década, também serão bem-vindas à CSS, como um ponto de parada e como estação de suprimentos," concluiu Kostenko.

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