Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/04/2022
Mancha solar AR2987
Os especialistas do clima espacial que monitoram o Sol foram surpreendidos nesta segunda-feira, dia 11, quando o que se acreditava ser uma mancha solar praticamente "morta", de repente explodiu.
A explosão da mancha solar, chamada AR2987, desencadeou uma ejeção de massa coronal, enviando quantidades significativas de radiação e partículas em direção à Terra.
Esse material deverá atingir nosso planeta na quinta-feira, dia 14, mas sua intensidade não é causa para grandes preocupações.
Segundo os especialistas, os impactos na Terra deverão se limitar ao aumento das auroras, com possível visualização desses belos eventos em latitudes mais baixas, e pequenas flutuações no funcionamento de satélites de comunicação e em redes de distribuição de energia.
Entenda o fenômeno
As manchas solares são fenômenos temporários, geralmente vistos como pontos mais escuros na superfície do Sol porque são mais frios do que suas regiões circundantes. Sua ocorrência tende aumentar conforme o ciclo solar avança. Estamos atualmente na ascendente do Ciclo Solar 25, que começou há dois anos e deverá durar 11 anos - seu pico será em 2025.
Uma mancha solar "morta" refere-se ao processo de decréscimo do evento, que pode durar de dias a meses. Aos poucos, a convecção do Sol acaba "abraçando" essas manchas, que vão se reduzindo a pequenas perturbações magnéticas na superfície solar, que volta a brilhar em toda a sua intensidade.
Foi neste processo de morte que a mancha AR2987 explodiu, gerando uma explosão solar classe C, que também não são incomuns, raramente causando impactos na Terra - além disso, poucas delas estão viradas em direção ao nosso planeta.
Finalmente, algumas vezes, como aconteceu agora com a AR2987, a explosão solar pode servir de gatilho para uma ejeção de massa coronal, grandes erupções de plasma que saem da superfície do Sol em direção ao espaço. Por sorte, desta vez a ejeção de massa coronal foi relativamente fraca e de baixa velocidade.
Normalmente, o campo magnético da Terra deflete essas partículas de alta energia, fazendo-as se desviar ao longo das linhas do campo magnético em direção aos pólos. É lá que elas causam a intensificação das auroras austrais e boreais.
Contudo, quando a tempestade é extremamente forte, o que não será o caso desta vez, uma parte das partículas vence o campo magnético da Terra, podendo então causar problemas maiores, como a interrupção do funcionamento de satélites e de redes de energia.