Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/09/2015
Oceano lunar
Dados coletados pela sonda espacial Cassini, que vem estudando Saturno e suas luas há mais de uma década, revelaram que a menor lua do sistema, chamada Encélado, pode ter um oceano subsuperficial em toda a sua extensão.
No ano passado, um grupo de astrofísicos italianos já havia levantado essa hipótese. A partir dos dados da sonda Cassini que eles analisaram, contudo, a conclusão era que o oceano de subsuperfície estaria concentrado em uma porção do hemisfério sul de Encélado.
Agora, a própria equipe da NASA responsável pela Cassini analisou dados mais amplos e concluiu que o oceano pode se estender por toda a lua, sob a crosta de gelo que a recobre.
Segundo a análise, o leve sacolejar de Encélado conforme ela orbita Saturno só pode ser explicado se houver uma camada líquida por baixo de sua camada externa de gelo - daí a conclusão de que deve haver lá um oceano global.
Esse oceano poderia também explicar o fino spray de vapor de água, partículas de gelo e moléculas orgânicas simples que os instrumentos da sonda Cassini detectaram próximo ao polo sul de Encélado.
Cálculos oceânicos
O estudo envolveu a análise de sete anos de dados e imagens, mapeando a posição de crateras e outras formações na superfície de Encélado ao longo de centenas de imagens diferentes, o que permitiu medir alterações na rotação da lua com grande precisão.
"Este é um problema difícil, que exige anos de observações e cálculos envolvendo uma grande variedade de disciplinas, mas estamos confiantes que finalmente fizemos tudo corretamente," disse Peter Thomas, membro da equipe.
Os astrofísicos acreditam que também Ganimedes, a maior lua de Júpiter, tenha um oceano subterrâneo.