Com informações do ESO - 16/09/2014
Formação de estrelas
Esta imagem, obtida no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, mostra duas regiões de formação estelar na Via Láctea austral.
A primeira destas regiões, à esquerda, é dominada pelo enxame estelar NGC 3603 e situa-se a 20.000 anos-luz de distância, no braço em espiral Carina-Sagitário da nossa Via Láctea.
A segunda, à direita, é uma coleção de nuvens de gás brilhantes conhecidas pelo nome de NGC 3576, situando-se a apenas metade da distância da primeira região.
Enxame estelar
O NGC 3603 é um enxame estelar muito brilhante, famoso por ter a mais alta concentração de estrelas massivas descobertas na nossa Galáxia até agora.
No seu centro situa-se um sistema estelar múltiplo Wolf-Rayet, conhecido por HD 97950. As estrelas Wolf-Rayet encontram-se num estado avançado de evolução e apresentam massas a partir de 20 vezes a massa solar.
No entanto, apesar da sua elevada massa, estas estrelas liberam uma quantidade considerável de matéria, devido a intensos ventos estelares, que enviam o material da superfície estelar para o espaço a velocidades de vários milhões de quilômetros por hora, no que pode ser considerado uma dieta drástica de proporções cósmicas.
O NGC 3603 situa-se numa região de formação estelar muito ativa. As estrelas nascem em regiões do espaço escuras e poeirentas, escondidas da vista. À medida que as estrelas muito jovens começam a brilhar e limpam os casulos de material que as rodeiam, tornam-se visíveis e dão origem a brilhantes nuvens de material circundante, conhecidas por regiões HII.
As regiões HII brilham devido à interação entre a radiação ultravioleta emitida pelas estrelas jovens quentes brilhantes e as nuvens de gás de hidrogênio. As regiões HII podem ter um diâmetro de várias centenas de anos-luz e a região HII que rodeia a NGC 3603 tem a particularidade de ser a mais massiva da nossa Galáxia.
Nebulosa
A nebulosa NGC 3576, situada no lado direito da imagem, encontra-se igualmente no braço em espiral de Carina-Sagitário da Via Láctea, no entanto está apenas a 9.000 anos-luz de distância da Terra - muito mais perto que o NGC 3603, mas aparece próximo deste no céu.
A NGC 3576 apresenta dois enormes objetos curvos que parecem os chifres de um bode. Estes estranhos filamentos são o resultado de ventos estelares emitidos por estrelas quentes e jovens que se situam nas regiões centrais da nebulosa e que lançam gás e poeira para o exterior a centenas de anos-luz de distância.
Duas regiões escuras, conhecidas por glóbulos de Bok, são também visíveis neste vasto complexo de nebulosas. As nuvens pretas próximo do topo da nebulosa são igualmente potenciais locais de futura formação estelar.