Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/11/2020
Pássaro-robô
Em 2016, uma equipe suíça apresentou um drone que voava quase como um pássaro, alterando o formato de suas asas para cada situação de voo.
Eles melhoraram muito o trabalho, e agora não se trata mais de um pássaro-robô qualquer, mas de um açor robótico - o açor é uma ave de rapina parecida com o falcão, conhecida por um voo ágil e muito veloz, e símbolo dos Açores.
A equipe estudou o formato das asas e da cauda do pássaro e seu comportamento de voo, e usou as informações para dar um "upgrade" no seu robô.
"Os açores movem suas asas e caudas em conjunto para realizar o movimento desejado, seja para suas rápidas mudanças de direção quando está caçando em florestas, seja para ajustá-las quando está voando velozmente ao perseguir presas em terreno aberto ou planando de forma eficiente para economizar energia," detalhou Enrico Ajanic, da Escola Politécnica Federal de Lausanne.
As "penas" desenvolvidas para o primeiro projeto foram cruciais para se obter o efeito desejado, impossível de se obter com asas fixas ou mesmo parcialmente móveis.
"Foi bastante complicado projetar e construir esses mecanismos, mas fomos capazes de melhorar as asas para que elas se comportassem mais como a de um açor. Agora que o drone inclui uma cauda emplumada que se transforma em sinergia com a asa, ele oferece uma agilidade incomparável," contou Ajanic.
Drone com asas versus drone com hélices
O drone muda a forma de sua asa e de sua cauda para mudar de direção mais rápido, voar mais devagar sem cair e reduzir a resistência do ar ao voar rápido.
Mas ele ainda usa uma hélice para propulsão - em vez de bater as asas - porque é bem eficiente e torna o novo conceito de asa e cauda móveis aplicável a outros aviões e drones voadores.
A vantagem dos drones com asas em relação aos designs tradicionais de múltiplos rotores é que eles têm um tempo de voo mais longo para o mesmo peso. No entanto, os quadrirrotores, por exemplo, tendem a ter maior destreza, podem pairar no lugar e fazer curvas mais fechadas.
"O drone que acabamos de desenvolver está em algum lugar no meio. Ele pode voar por muito tempo, mas é quase tão ágil quanto os quadrirrotores," disse o professor Dario Floreano. "Essa combinação de recursos é especialmente útil para voar em florestas ou em cidades, entre edifícios."
A seguir, equipe planeja incorporar inteligência artificial ao sistema de voo do drone, para que ele possa voar de forma semi-automática, já que controlá-lo não é uma tarefa para principiantes.