Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/08/2016
Amostra virgem de asteroide
Ainda sem planos ou datas definidas para uma sonhada missão a Marte, a agência espacial norte-americana parece estar concentrando esforços na exploração de corpos celestes muito menores, mas também muito mais fáceis de se alcançar: os asteroides.
Além dos entraves impostos pelo custo de uma missão interplanetária, os asteroides de fato são objetos interessantes, tanto do ponto de vista científico, como do ponto de vista econômico: eles são potenciais alvos da mineração espacial.
A NASA está às vésperas de lançar a primeira missão para buscar uma amostra de um asteroide puro, que não tenha sido deformada e contaminada pela reentrada na atmosfera da Terra - os asteroides viram meteoros enquanto se queimam na reentrada, e meteoritos depois que caem no solo.
A sonda espacial OSIRIS-REx deverá ser lançada no próximo dia 8 de Setembro. Sua principal missão será coletar e trazer de volta uma pequena amostra - entre 60 gramas e 2 quilogramas - do asteroide Bennu.
A sonda chegará ao asteroide em 2018, fará seu mapeamento e o estudará com seus cinco instrumentos científicos durante alguns meses, e então usará um braço robótico para coletar uma amostra, que deverá retornar à Terra em 2023.
"O lançamento da OSIRIS-REx será o começo de uma jornada de sete anos para retornar amostras virgens do asteroide Bennu. A equipe construiu uma nave maravilhosa e estamos bem equipados para estudar o asteroide Bennu e voltar com nosso tesouro científico," entusiasma-se o professor Dante Lauretta, da Universidade do Arizona e líder científico da missão.
Asteroide inteiro
Antes mesmo da decolagem da OSIRIS-REx, a NASA já está trabalhando em uma outra missão, chamada ARM (Asteroid Redirect Mission), esta com objetivos mais ambiciosos.
A ideia inicial era capturar um asteroide e trazê-lo para uma órbita mais próxima da Terra, onde ele pudesse ser explorado por missões tripuladas. Mais recentemente, contudo, a NASA vem se referindo à missão como uma tentativa de capturar rochas na superfície de um asteroide.
A sonda robótica de captura do asteroide deverá ser lançada em Dezembro de 2021, enquanto a missão tripulada inicialmente prevista para sua exploração deveria voar em 2026.
Ambas incluem testes de tecnologias e de equipamentos que poderão ser utilizados para uma futura missão a Marte.
A NASA anunciou que a missão ARM acaba de passar pelo chamado "Ponto de Decisão Chave B", com o estabelecimento de um cronograma e a aprovação dos recursos necessários para o desenvolvimento e construção da nave, avaliada em US$1,4 bilhão.
Também está marcada para a primeira semana de Setembro a competição final que escolherá o projeto de um robô capaz de percorrer a superfície de um asteroide e capturar amostras. Sete equipes finalistas competem pelo prêmio de US$1,3 milhão, que ajudará no desenvolvimento do projeto vencedor.