Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/08/2024
Grafeno lunar
Cientistas chineses encontraram flocos de grafeno incrustados em amostras de rochas trazidas da Lua pela missão Chang'e 5.
Ao analisar uma amostra de solo lunar, medindo 1,6 mm x 2,9 mm, Wei Zhang e seus colegas da Universidade Jilin constataram a existência de camadas sobrepostas de grafeno formado naturalmente - o grafeno puro consiste em uma única camada de átomos de carbono dispostos em uma estrutura parecida com um favo de mel.
Algumas estimativas anteriores propuseram que cerca de 1,9% do carbono interestelar existe na forma de grafeno, em diferentes formas, estruturas e concentrações, determinadas pelo seu processo de formação.
O que os pesquisadores encontraram na amostra de solo lunar é um composto de ferro com uma seção rica em carbono, onde apareceram as folhas sobrepostas de grafeno. Eles então usaram tecnologias avançadas de microscopia e mapeamento para confirmar que o conteúdo de carbono na amostra compreendia "flocos" que tinham de duas a sete camadas de grafeno.
A equipe sugere que o grafeno de poucas camadas pode ter-se formado devido a atividades vulcânicas nos estágios iniciais da existência da Lua, e foi catalisado por ventos solares que agitaram o solo lunar e os minerais contendo ferro, ajudando a transformar a estrutura dos átomos de carbono. Outra hipótese é que os processos de impacto de meteoritos, que criam ambientes de alta temperatura e alta pressão, também podem ter levado à formação do grafeno.
Em dezembro de 2020, a missão Chang'e-5 trouxe as primeiras amostras de solo e rochas lunares desde as missões Apolo (EUA) e Luna (URSS), há quase 50 anos. Mais recentemente, a missão Chang'e-6 trouxe as primeiras amostras de rochas do lado oculto da Lua, algo que nenhum país havia feito antes.