Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/07/2008
Utilizando os cinco satélites da missão THEMIS e mais uma rede de 20 observatórios terrestres, localizados ao longo do Canadá e do Alaska, os cientistas finalmente desvendaram o mistério do magnífico espetáculo das Auroras Boreais.
Origem das Auroras Boreais
Sua origem está em explosões de energia magnética que ocorrem a um terço da distância entre a Terra e a Lua, explosões estas que alimentam "subtempestades" que causam brilhos repentinos e rápidos movimentos da Aurora Boreal, também conhecidas como Luzes do Norte (Ártico) e Luzes do Sul (Antártica).
O elemento fundamental do fenômeno é um processo chamado reconexão magnética, um processo bastante comum e que ocorre por todo o Universo quando linhas de campos magnéticos sob pressão assumem repentinamente um novo formato, tal como uma borracha que tenha sido esticada além do seu ponto de ruptura.
"Nós descobrimos o que faz as Luzes do Norte dançarem," disse o professor Vassilis Angelopoulos, da Universidade da Califórnia, e coordenador dos estudos.
Efeitos das tempestades espaciais
A descoberta tem grande interesse para a indústria de telecomunicações e de distribuição de energia elétrica. As subtempestades freqüentemente acompanham intensas tempestades espaciais que podem interromper as comunicações de rádio e os sinais de GPS, além de causar quedas no fornecimento de energia.
Agora que resolveram o mistério de onde, quando e como as subtempestades ocorrem, os pesquisadores poderão construir modelos mais realísticos e prever a intensidade e os efeitos de cada subtempestade.
Satélites sincronizados
Lançados em Fevereiro de 2007, os cinco satélites idênticos da missão Themis (Time History of Events and Macroscale Interactions during Substorms) alinham-se uma vez a cada quatro dias ao longo da linha do Equador e fazem observações sincronizadas com os 20 observatórios terrestres.
Cada estação terrestre utiliza um magnetômetro e uma câmera apontada para cima para determinar onde e quando uma subtempestade boreal vai começar. Os instrumentos medem a luz das auroras por meio de partículas fluindo ao longo do campo magnético da Terra e das correntes elétricas que essas partículas geram.
Durante cada alinhamento, os satélites capturam dados que permitem aos cientistas apontar com precisão onde, quando e como as subtempestades medidas pelo observatórios terrestres se desenvolveram no espaço.