Com informações da New Scientist - 01/03/2013
Coração robótico
Talvez você imagine que o coração de um robô deva ser algo bem mecânico, que eventualmente faça um tique-taque semelhante ao dos antigos relógios de corda.
Mas o Dr. Peter Walters, da Universidade Oeste da Inglaterra, mostrou que um coração robótico não precisa ser completamente artificial.
Walters e seus colegas criaram uma bomba que pulsa como um coração artificial, totalmente movida por organismos vivos.
O esforço é parte do desenvolvimento do Ecobot, um robô que já tem estômago e intestino e que gera sua própria eletricidade a partir de moscas mortas.
Coração fermentado
A bomba é acionada pelo gás liberado por levedura viva - essencialmente fermento.
O gás gera uma pressão sobre uma membrana flexível, fazendo-a distender-se, transformando o equipamento em um músculo artificial.
Para pulsar, o gás precisa ser controlado, dosando-se seu acúmulo e liberação.
Isto é feito com a eletricidade produzida por uma célula a combustível microbiana.
Quando a membrana atinge sua pressão máxima, a eletricidade abre uma válvula, deixando que o gás escape e fazendo a membrana voltar ao seu estado de repouso, quando um novo ciclo se inicia.
Cheiro de padaria
O pesquisador afirma que a levedura gera um bocado de pressão de forma muito rápida, fazendo o coração bater em um bom ritmo.
Há, contudo, um inconveniente: "Com a levedura viva, o laboratório fica com cheiro de padaria," confessa Walters.
Agora que demonstrou o funcionamento da bomba, a equipe planeja usá-la para criar uma espécie de "sistema circulatório" para o Ecobot.
Com a diferença de que, em vez de sangue, o sistema bombeará alimento líquido e água para a célula microbiana do Ecobot, que gera energia para todo o robô.