Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/08/2024
Civilizações extragalácticas
A busca por inteligências extraterrestres vai ficar mais poderosa e mais ampla do que nunca graças a uma parceria entre o Instituto SETI, o Centro de Pesquisas em Inteligência Extraterrestre da Universidade de Berkeley e o ICRAR (Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia).
Os astrônomos usaram o radiotelescópio MWA (Murchison Widefield Array), na Austrália, para procurar pela primeira vez por sinais de tecnologia alienígena em galáxias além da nossa, focando em baixas frequências de rádio (100 MHz). Até agora, a busca por inteligência extraterrestre tem-se concentrado em sinais dentro da nossa galáxia.
Esta nova abordagem foca em galáxias distantes, tornando-a uma das buscas mais detalhadas por supercivilizações - aquelas mais avançadas do que a nossa - e suas tecnoassinaturas. Para enviar um sinal de outra galáxia, uma civilização precisaria de tecnologia poderosa o suficiente para usar a energia de seu sol ou de várias estrelas em sua galáxia.
"Este trabalho representa um passo significativo em nossos esforços para detectar sinais de civilizações extraterrestres avançadas," disse a astrônoma Chenoa Tremblay. "O grande campo de visão e o alcance de baixa frequência do MWA o tornam uma ferramenta ideal para este tipo de pesquisa, e os limites que definimos guiarão estudos futuros."
Para testar a nova técnica, a equipe cobriu cerca de 2.800 galáxias em uma única observação de teste do novo conceito - sabemos a distância de 1.300 dessas galáxias.
Tecnoassinaturas
Embora este primeiro esforço observacional não tenha encontrado nenhuma tecnoassinatura, ele fornece a base que ajudará a focar pesquisas futuras, explorando diferentes frequências de rádio e usando as capacidades de outros radiotelescópios.
Um dos elementos centrais do teste era mostrar que a busca por tecnoassinaturas não atrapalha e nem concorre com outras observações - na verdade, a busca por tecnoassinatura usa os mesmos dados observacionais programados pelos astrofísicos em seus trabalhos tradicionais.
"O MWA continua a abrir novas maneiras de explorar o Universo em busca de civilizações inteligentes e tecnoassinaturas, enquanto usa os mesmos dados para estudar a astrofísica de estrelas e galáxias. Este trabalho é novo e inovador, mas também abre caminho para observações futuras com telescópios ainda mais poderosos," disse Steven Tingay, membro da equipe.