Com informações da New Scientist - 10/01/2020
Colisão de estrelas
Um par de estrelas entrou em uma dança cósmica fatal, que as levará a uma explosão que poderá ser vista da Terra, um fenômeno que não é documentado há mais de 400 anos.
As duas estrelas formam um binário chamado V Sagittae, na constelação de Sagitta (não confundir com Sagitário), e seu brilho aumentou 10 vezes ao longo do século passado. Neste século, elas vão continuar brilhando cada vez mais, até que finalmente se fundam, com sua explosão sendo visível a olho nu.
O binário V Sagittae é composto de uma anã branca, que é o remanescente de uma estrela que esgotou seu combustível, e outra estrela cerca de quatro vezes mais massiva. À medida que as duas se circundam, o plasma é puxado da estrela para a anã branca, fazendo-as aproximar-se.
O professor Bradley Schaefer e seus colegas da Universidade Estadual da Louisiana, nos EUA, examinaram fotos do par de estrelas de 1890 até o presente e constataram que elas estão ficando exponencialmente mais brilhantes desde então.
Quando eles modelaram esse brilho no computador, concluíram que as duas estrelas devem estar se aproximando rapidamente, girando cada vez mais rápido. Os cálculos indicam que as duas estrelas de V Sagittae se esmagarão mutuamente por volta de 2083, produzindo uma enorme explosão.
"O destino de V Sagittae é inevitável. Agende seu calendário," disse Schaeffer durante a reunião da Sociedade Astronômica Americana, no Havaí.
Nas últimas semanas de sua espiral fatal uma em direção à outra, a maior parte da massa da estrela normal será sugada pela anã branca, e as duas se fundirão em uma única estrela enorme.
A explosão resultante provavelmente irá ofuscar todas as outras estrelas no céu noturno. Será pelo menos tão brilhante quanto Sirius, que é a estrela mais brilhante, podendo até ficar tão brilhante quanto o planeta Vênus. Esse brilho durará cerca de um mês e então começará a esmaecer.
"Nós não vemos [uma explosão temporária de luz] no céu ficar tão brilhante desde a supernova de Kepler, em 1604," disse Schaeffer. "Você será capaz de procurar [mesmo] em cidades poluídas pela luz e haverá uma nova estrela lá".