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Descobertos buracos gigantescos no escudo magnético da Terra

Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/12/2008

Descobertos buracos gigantescos no escudo magnético da Terra

[Imagem: NASA]

O campo magnético da Terra, ou magnetosfera, que protege nosso planeta das partículas solares e do vento cósmico, não é tão homogêneo como se pensava. Ele possui dois buracos gigantescos, que se ampliam ou diminuem dependendo do alinhamento dos campos magnéticos da Terra e do Sol.

Ao contrário do buraco da camada de ozônio, que ocorre na estratosfera, este é um fenômeno natural e não sofre a influência da atividade humana. Os buracos na magnetosfera podem ter grande influência sobre as telecomunicações, afetando principalmente as comunicações via satélite, mas não há qualquer indício de que eles afetem a saúde humana.

O que é magnetosfera

A existência da magnetosfera foi descoberta em 1958, pela sonda espacial Explorer 1, mas somente com o lançamento do conjunto de 5 satélites da missão Themis, em 2007, os cientistas estão obtendo conhecimentos em maiores detalhes desse escudo protetor da Terra. A missão Themis é a mesma que descobriu a origem das auroras boreais e auroras austrais.

Apesar do nome, a magnetosfera não é esférica, parecendo-se mais com um capacete de ciclista. No lado da Terra que está virado para o Sol - a frente do capacete - sua altitude é de cerca de 70.000 km, variando de acordo com a intensidade do vento solar. Na parte traseira, afunilada, correspondente ao lado noturno da Terra, ela pode chegar a 200 vezes o raio da Terra (mais de 1,2 milhão de km) embora até hoje nenhuma medição precisa tenha sido feita.

Buracos no campo magnético da Terra

Usando os dados dos satélites da missão Themis, a equipe do professor Wenhui Li, da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, calcular a posição exata dos dois buracos da magnetosfera.

Um dos buracos surge nas altas latitudes sobre o hemisfério Norte e o outro sobre as altas latitudes do hemisfério Sul. Os buracos surgem no lado da Terra em que é dia, onde o campo magnético da Terra está voltado para o Sol e é menos espesso.

Reconexão magnética

Os cientistas descobriram também como esses buracos surgem. Quando as partículas solares chegam na Terra, elas carregam também campos magnéticos do Sol que interagem com o campo magnético da Terra. Na altura do Equador, os dois campos apontam na mesma direção, mas ficam em direções opostas nas altas latitudes.

Quando se chocam, esses campos magnéticos opostos ligam-se por um processo chamado reconexão magnética. Esse processo rasga a magnetosfera, abrindo os dois grandes buracos. "O buraco é gigantesco - cerca de quatro vezes mais largo do que a Terra e com mais de sete diâmetros da Terra de comprimento," afirmou Li.

Tempestades espaciais

As partículas solares isoladamente não causam grandes tempestades espaciais, mas elas ficam energizadas quando o campo magnético solar fica oposto ao da Terra, reconectando-se de forma diferente. As partículas energizadas então causam tempestades solares que podem sobrecarregar as linhas de transmissão de energia, causando até mesmo interrupções e apagões em grande escala.

As partículas energizadas também podem causar tempestades de radiação que representam riscos para satélites e sondas espaciais em órbitas altas. Além de representar riscos para os astronautas que deverão sair da área de atuação da magnetosfera, em viagens à Lua ou Marte.

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