Com informações do MCTI - 18/12/2015
Telescópio LSST
Pesquisadores brasileiros vão participar do projeto LSST (Large Synoptic Survey Telescope).
O LSST é um telescópio em construção em Cerro Pachón, no Chile, com previsão para entrar em operação em 2022. Somando R$ 1 bilhão em investimentos, o LSST terá capacidade para fazer o mapeamento de quase metade do céu em cinco comprimentos de onda em um período de dez anos.
O telescópio, com 8,4m de diâmetro, cobre um campo de quase dez graus quadrados, podendo mapear toda a região do céu ao qual tem acesso em apenas algumas noites.
Para isso ele contará com a maior câmera digital do mundo, formada por um mosaico de CCDs com 3,2 bilhões de píxeis - cada exposição captura imagem de uma área correspondente a 40 vezes o tamanho da Lua cheia.
A cada noite serão acumulados 15 terabytes (TB) de dados, os quais devem ser transmitidos para diferentes centros para redução e análise. E é aí que o Brasil entra.
Como o telescópio varrerá o céu inteiro muito rapidamente, ele fornecerá uma visão dinâmica do Universo, onde variações de posição ou fluxo de objetos celestes serão registrados em intervalos de poucas noites. A estimativa é que o LSST gere 10 milhões de alertas destas variações a cada noite.
Estas variações serão classificadas e os casos mais interessantes serão observados em outros telescópios para análise mais detalhada.
Duas histórias humanas
Ao coletar informações sobre 37 bilhões de estrelas e galáxias, explorando um volume de espaço sem precedentes, o projeto deverá gerar algo em torno de 100 petabytes (PB) de dados - estima-se que tudo que a humanidade escreveu na história em todas as línguas soma cerca de 50 petabytes.
O Memorando de Entendimento, que envolve o estabelecimento de conexões de fibra óptica para dar vazão aos dados, foi assinado entre o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a Rede Acadêmica de São Paulo (ANSP).
As novas conexões de fibra óptica ampliarão a ligação entre a América do Sul e a América do Norte e envolverá a participação de um grupo de 50 pesquisadores brasileiros.
Essa assim chamada "internet acadêmica" já é 50.000 vezes mais rápida do que a banda larga normal disponível no Brasil.