Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/04/2013
Atomotrônica
Conforme a miniaturização avança, os componentes eletrônicos ficam cada vez menores - hoje eles estão por volta dos 20 nanômetros, e encolhendo.
O grande sonho é chegar ao nível molecular - a eletrônica molecular - ou atômico - a atomotrônica.
Agora, em mais uma demonstração de que a atomotrônica é possível, pesquisadores inseriram "defeitos" em átomos de silício para que os átomos individuais funcionem como bits.
E não são bits isolados, mas cadeias de bits atômicos que podem ser controlados.
Os avanços na área da computação quântica já permitem o uso de íons individuais para formar estados quânticos coerentes, que podem representar não apenas 0s e 1s, mas várias outras configurações no mesmo qubit.
Contudo, para construir esses sistemas em larga escala, e fazer com que um qubit fale com os outros, o ideal é construí-los em plataformas de estado sólido.
Apesar de apresentar uma pureza suficiente para a escala em que os transistores são construídos hoje, o silício geralmente apresenta defeitos em nível atômico que são muito parecidos com os íons da computação quântica - o que é falta é tecnologia com precisão suficiente para ler e escrever neles.
Qubits de silício
Steven Schofield e seus colegas da Universidade College de Londres demonstraram a viabilidade de gerar esses defeitos de forma precisa e coordenada - transformando-os de defeitos em bits quânticos funcionais - e fazê-los operar em conjunto.
Cada qubit é um átomo de silício com uma ligação quebrada. No experimento, os pesquisadores construíram cadeias desses bits separados uns dos outros por apenas um nanômetro.
O mais importante é que, quando acoplados, estes bits atômicos geram estados quânticos estendidos, como se fossem orbitais moleculares artificiais - da mesma maneira que em uma molécula, cada bit atômico apresenta vários estados quânticos, com níveis de energia distintos.
Ou seja, o bit atômico pode guardar vários tipos de dados, e não apenas 0s e 1s.
"O próximo passo é replicar estes resultados em sistemas de outros materiais, por exemplo, usando átomos de fósforo substituindo átomos de silício, o que tem especial interesse para a construção de computadores quânticos," disse Schofield.
Isso geraria um sistema de computação quântica em silício similar à usada com as vacâncias de nitrogênio que estão dando origem aos computadores quânticos de diamante.