Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/05/2021
Primo do grafeno
O grafeno tornou famosos os materiais bidimensionais (2D) - materiais formados por uma única camada atômica - graças a um Prêmio Nobel que a comunidade dos físicos diz ter sido injusta e precipitada, para dizer o mínimo.
De fato, o grafeno está longe de ser o único, ou mesmo o mais interessante, material 2D do ponto de vista das aplicações práticas.
Em um planeta com vida à base de carbono, os químicos calculam que existam centenas de formas do elemento nunca sintetizadas, os chamados alótropos.
Um levantamento recente mostrou as 43 mais promissoras dessas formas, sendo algumas elas teoricamente mais duras do que o diamante, que também é carbono puro.
Bifenileno
Pesquisadores das universidades de Marburg, na Alemanha, e Aalto, na Finlândia, acabam de sintetizar uma dessas novas formas de carbono, que eles batizaram de bifenileno.
Esta rede de carbono, que também tem apenas um átomo de espessura, é composta de quadrados, hexágonos e octógonos, formando uma rede ordenada.
Embora a diferença estrutural pareça ser pequena em relação ao grafeno, a equipe demonstrou que as propriedades eletrônicas desta nova estrutura são muito diferentes das do grafeno. Por exemplo, o material é metálico, ou condutor de energia, quando cortado em fitas muito finas, enquanto o grafeno é semicondutor nas mesmas dimensões.
Isso abre o caminho para que essas fitas sejam usadas como fios para condução de energia nos futuros computadores feitos inteiramente de carbono - os primeiros processadores com transistores de nanotubos de carbono já são uma realidade.