Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/06/2015
Biocélula bacteriana
Já existem robôs feitos de origami, e até um microscópio que pode ser montado seguindo a milenar arte oriental.
Hankeun Lee e Seokheun Choi, da Universidade Binghamton, nos Estados Unidos, usaram o mesmo princípio para construir uma bateria.
Como no origami tradicional, a bateria é feita de papel, e sua energia é gerada por bactérias - o que a torna, tecnicamente, uma biocélula bacteriana.
O origami é feito com papel comum, que tem uma das faces recoberta com um catodo de níquel aplicado por aspersão, para que ele possa permitir a respiração das bactérias. O anodo é impresso com uma tinta à base de carbono, para criar uma zona hidrofílica demarcada por uma fina camada de cera, para conter as bactérias e permitir que elas façam seu trabalho.
Recarga com água suja
Depois de dobrada, a bateria fica do tamanho de uma caixa de fósforos, e é alimentada com apenas uma gota de líquido contendo as bactérias.
"Água suja tem um bocado de matéria orgânica. Qualquer tipo de material orgânico pode servir como fonte de bactérias," disse Choi.
O protótipo gera energia suficiente para alimentar um biossensor - alguns microwatts -, que pode ser construído na própria estrutura de origami.
Os biossensores feitos em papel já se mostraram muito úteis para detecção de patógenos em campo e para exames biomédicos em áreas desprovidas de laboratórios, mas eles exigem um aparelho externo para alimentação e para realizar as leituras. Com a biocélula bacteriana, tudo pode ser integrado em um único dispositivo dobrável.
A Fundação Nacional de Ciências dos EUA já garantiu aos pesquisadores um financiamento de US$300.000 para que eles transformem seu protótipo em um dispositivo prático.