Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/07/2023
Pedaços de asteroide
Em 2022, a NASA fez uma sonda espacial colidir com um asteroide na tentativa de movê-lo de sua órbita, o primeiro experimento real de defesa planetária contra asteroides que possam vir a se chocar com a Terra.
A colisão teve mais efeito do que o previsto, fazendo a órbita do asteroide deslocar-se significativamente, tornando o teste um sucesso.
Mas, ao continuar rastreando o asteroide após o impacto, astrônomos descobriram agora um enxame de pedregulhos grandes que traz informações não apenas sobre o resultado do impacto, mas também sobre a própria composição do asteroide.
Usando a fotometria do telescópio espacial Hubble, David Jewitt e seus colegas identificaram 37 pedregulhos lançados para o espaço, variando de 90 centímetros a 6,70 metros de diâmetro, o que representa aproximadamente 0,1% da massa original do asteroide.
Esses pedregulhos agora estão se afastando do asteroide a pouco mais de 800 metros por hora, aproximadamente a velocidade de caminhada de uma tartaruga.
Pedras arremessadas ao espaço
Não está claro como as pedras foram arremessadas da superfície do asteroide. Elas podem ser parte da pluma ejetada diretamente pelo impacto, embora os astrônomos acreditem que sejam todas rochas soltas que já estavam na superfície de Dimorfos. Ou elas podem ter sido ejetadas por uma onda sísmica gerada pelo impacto, que sacudiu os escombros da superfície o suficiente para que as rochas vencessem a fraca gravidade do asteroide.
"Esta é uma observação espetacular - muito melhor do que eu esperava. Vimos uma nuvem de pedregulhos transportando massa e energia para longe do alvo do impacto. Os números, tamanhos e formatos dos pedregulhos são consistentes com eles terem sido arrancados da superfície de Dimorphos pelo impacto," disse David Jewitt, da Universidade da Califórnia em Los Angeles. "Isso nos diz pela primeira vez o que acontece quando você atinge um asteroide e vê material saindo até tamanhos maiores. Os pedregulhos são algumas das coisas menos brilhantes já fotografadas dentro do nosso Sistema Solar."
Esses resíduos também abrem uma nova dimensão para estudar as consequências do experimento DART usando a sonda espacial Hera, da Agência Espacial Europeia, que chegará ao asteroide binário no final de 2026. A Hera realizará uma pesquisa detalhada pós-impacto do asteroide alvejado. "A nuvem de pedras ainda estará se dispersando quando a Hera chegar," disse Jewitt.
Uma das maiores curiosidades que a sonda Hera deverá sanar será o tamanho da cratera feita pelo impacto da sonda DART, que acertou o asteroide em 2022.