Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/06/2021
Transmissão de energia acoplada ao corpo
A ideia de fazer uma "internet do corpo" - uma rede corporal, onde equipamentos se comunicam por meio de nossos tecidos - é recente, mas ganhou impulso graças a algumas pesquisas básicas.
Esses experimentos fundamentais comprovaram que o corpo humano transfere eletricidade mais que suficiente para implantes médicos e que também é possível explorar a transmissão magnética de dados pelo corpo humano.
Com base nesse conhecimento, pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura construíram um protótipo de "rede corporal" que consegue pegar a energia de um único dispositivo ou bateria e distribuí-la para alimentar até 10 aparelhos diferentes distribuídos pelo corpo.
A ideia é que uma bateria auxiliar ou mesmo a bateria de um celular ou de um relógio transmitam energia para os demais aparelhos usando o corpo do usuário como linha de transmissão, um conceito conhecido como transmissão de energia acoplada ao corpo.
Na rede corporal construída pela equipe, cada receptor e cada transmissor contém um chip que é usado como um "repetidor" para estender a cobertura de eletricidade por todo o corpo. Dessa forma, o usuário só precisará recarregar um dispositivo e os demais poderão ser alimentados simultaneamente a partir dessa única fonte, sem a necessidade de qualquer fiação ou mesmo de roupas eletrônicas.
Os experimentos da equipe, usando a bateria de um relógio inteligente, mostraram que seu sistema permite que uma única fonte de energia totalmente carregada alimente até 10 dispositivos vestíveis no corpo, por um período de mais de 10 horas.
Rede corporal
Como uma fonte complementar de energia, a equipe também analisou a coleta de energia do meio ambiente. Eles se fundamentaram no fato de que ambientes típicos de escritório ou doméstico têm ondas eletromagnéticas que podem ser aproveitadas, o que tem sido feito com nanogeradores piezoelétricos.
O novo receptor da equipe captura essas ondas eletromagnéticas do ambiente, transforma-as em eletricidade e também a distribui pelo corpo, reforçando a energia disponível na rede corporal.
"As baterias estão entre os componentes mais caros dos dispositivos vestíveis e adicionam volume ao projeto. Nosso sistema exclusivo tem o potencial de omitir a necessidade de baterias, permitindo que os fabricantes miniaturizem os aparelhos e, ao mesmo tempo, reduzam significativamente o custo de produção. Mais empolgante, sem as restrições das baterias, nosso desenvolvimento pode permitir a próxima geração de aplicativos vestíveis, como sensores de ECG, acessórios de jogos e diagnósticos remotos," disse o professor Jerald Yoo.