Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/02/2016
Aceleradores de mesa
Aceleradores de partículas, dos quais o LHC é o exemplo maior, são enormes e caros.
Mas novas descobertas fundamentais e o desenvolvimento da tecnologia permitiu construir os chamados aceleradores de mesa, que fazem o mesmo tipo de serviço a um custo incomparavelmente menor.
O problema é que, embora acelerem as partículas muito bem, os aceleradores de mesa - alguns podem ter até mesmo o tamanho de um grão de arroz - não alcançam as energias necessárias para competir com seus equivalentes brutamontes.
Mas isso também começa a mudar. É certo que as mesas terão que ficar mais compridas, mas os ganhos de energia são enormes.
Aceleradores em série
Físicos e engenheiros dos Laboratórios Berkeley, nos EUA, demonstraram pela primeira vez que é possível acoplar um acelerador de mesa a outro, para que a partícula acelerada no primeiro entre no segundo e receba um novo impulso, alcançando um nível de energia ainda mais alto.
Embora o processo pareça simples e natural, o grande desafio foi conectar e estabilizar o feixe de partículas, para que ele possa ser usado nos experimentos.
"Um bilhão de elétron-volts pode não importar tanto. O que importa é a estabilidade. Você não quer passar três quartos do dia ajustando seu injetor de feixes e ficar sem tempo para fazer um experimento," disse Sven Steinke, principal responsável pelo avanço.
Aceleradores de laser-plasma
A saída foi acoplar não dois equipamentos iguais, mas dois tipos diferentes de aceleradores de laser-plasma.
O primeiro, responsável pela injeção do feixe principal, é de um tipo mais simples, conhecido como "jato de gás". Esse jato de gás supersônico é atravessado pelo laser, que faz um furo no interior do gás, ionizando-o para formar um plasma e gerar ondas que aceleram os elétrons livres, criando o feixe de elétrons.
Esse feixe entra então no segundo acelerador, um tipo mais complexo, conhecido como descarga capilar. O capilar é um fino furo no interior de um cristal de safira, cheio de hidrogênio, que é ionizado por uma descarga elétrica, que arranca os elétrons dos núcleos de hidrogênio, formando um plasma. Esse plasma normalmente funciona como um guia de ondas para o laser, que empurra e acelera os elétrons.
A novidade foi injetar nesse segundo acelerador o feixe de elétrons que sai do primeiro acelerador.
100 MeV
A configuração final mostrou ganhos de energia de até 100 milhões de elétron-volts em porções significativas do feixe de elétrons.
Agora a equipe quer tentar fazer a coisa funcionar para valer, acoplando seu acelerador híbrido ao acelerador BELLA, um acelerador de plasma a laser que alcança 1 quatrilhão de watts.